O professor de Harvard, Clayton Christensen, considerado o guru da inovação, escreveu em 1997 o famoso livro ‘O dilema do inovador’.
Nesta obra, que se tornou um clássico da administração e negócios, Christensen explica que o surgimento de tecnologias de ruptura pode tirar do mercado empresas que aparentavam estar no caminho certo: eram bem administradas, estavam atentas à concorrência, possuíam um público fiel e, até mesmo, investiam em tecnologias em suas respectivas áreas.
As tecnologias de ruptura são aquelas que vieram não para ganhar o jogo, mas para mudar as regras, expulsando os concorrentes do tabuleiro.
Não é que as empresas que dominavam o mercado não tenham conseguido identificar novas tendências. O problema é que a tendência delas era investir no que, até então, conquistava seus clientes e gerava lucro. Enquanto isso, outras empresas estão despertando novas necessidades no público consumidor.
Lembra como a melhor máquina de escrever ficou obsoleta? Ou o melhor vídeo cassete foi superado pelo DVD e este, muito provavelmente, pelo streaming? O mesmo aconteceu com a fita cassete e o walkman.
Segundo Christensen, as empresas bem sucedidas querem seus recursos focados em atividades que atendam às necessidades dos clientes. Essa estratégia promete lucros mais elevados, que sejam tecnologicamente viáveis, e que as ajudem a mantê-las nos mercados mais importantes.
Ocorre que os produtos hoje inúteis para os clientes podem ser fundamentais às necessidades futuras deles. Nesse sentido, o autor ressalta que é preciso cuidado ao se preocupar em apenas melhorar o desempenho dos produtos ou serviços para atender às necessidades de seus consumidores já que outra empresa poderá fazer algo que sua companhia não via relevância em fazer.
A obra de Christensen despertou a atenção de gigantes do setor corporativo como o cofundador da Apple, Steve Jobs. O livro exerceu influência sobre as estratégias do empresário. O resultado foi que a empresa, conhecida por fazer computadores e programas, se tornou ícone de produtos como iPhone, Ipad e de serviços como venda de música e outros conteúdos digitais. E detalhe: Jobs não pensou duas vezes em criar produtos que eliminassem outros de sua própria empresa: ao desenvolver o iPhone, por exemplo, sabia que estaria decretando o fim dos áureos tempos do ipod.
É preciso ter em mente que não basta ter feito uma inovação. De tempos em tempos é preciso revolucionar a ordem natural das coisas. Parece difícil inovar em um mundo em que tudo parece já ter sido inventado, mas algumas tendências emergem: carros sem motorista, impressões 3D, etc.
Não sabemos como será o futuro, mas é certo que as empresas que serão bem-sucedidas estão, desde já, dedicando seus esforços para antecipá-lo.
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