8 perguntas e respostas sobre o caso GameStop e suas consequências
Publicado às 10h43min
O Finance News ouviu especialistas de várias áreas sobre o fenômeno ocorrido com a empresa americana GameStop.
A compra em massa de papéis da GameStop organizada por pequenos investidores em um fórum de discussão na Internet gera preocupação em Wall Street. Há sinais de que o movimento possa estar se espalhando para outras empresas.
Entenda o caso e suas consequências.
1 – O que há de novo?
O que houve com a GameStop foi um “short squeeze”. O “short squeeze” ocorre quando investidores tentam forçar os vendedores (que tentam lucrar com a queda de uma ação) a recomprar ações para cobrir perdas. A novidade desta vez é a forma: pequenos investidores individuais e não profissionais se uniram via um fórum da internet para lutar contra os vendedores.
2 – Quem são os investidores que desafiam os grandes de Wall Street?
Milhares de pequenos investidores americanos na faixa dos 20 a 30 anos. Compram ações não por fundamentos, mas por acreditarem que juntos podem declarar “guerra à indústria profissional de gestão de recursos” de Wall Street.
O movimento organizado surge depois que firmas de análise reportaram que a GameStop passa por dificuldades e recomendaram a grandes investidores operarem vendidos (short) com as ações da companhia.
Esses grupos se unem mais por princípios ideológicos, assim como foi o Occupy Wall Street (movimento ocorrido em 2011 de protesto contra a desigualdade, a corrupção e a indevida influência das empresas – sobretudo do setor financeiro).
3 – Quem ganha?
Sempre há quem ganhe, não importa a situação. Nesse caso da GameStop, a companhia até sai beneficiada por enquanto. Ainda há dúvidas sobre seu futuro, afinal a empresa sofre com a competição de jogos online.
Corretoras online e aplicativos de negociação também são beneficiados, já que as transações são feitas por meio deles. Esses Apps se baseiam no modelo do Vale do Silício de transformar o usuário no produto.
4 – Quem perde?
Um dos grandes perdedores foi o Fundo classificado como multimercado Melvin. Os gestores tiveram de cobrir a posição vendida, o que provocou uma perda bilionária. A informação é que a Citadel and Point72 teriam injetado US$ 3 bilhões no Melvin.
5 – Os grupos que inflam as ações subestimam Wall Street?
Muitos integrantes desses grupos não estão vendo que o poder em Wall Street não se resume ao domínio de informações sobre empresas. É uma indústria. E como tal tem poder de “lobby” sobre quem cria as regras no mercado.
6 – Haverá mudanças no mercado americano de ações?
Especialistas destacam que é muito provável que sim. O lobby de Wall Street para manter seus interesses tem forte poder de pressão sobre políticos e poderes públicos.
7 – Movimento tem fôlego para ir adiante?
No curto prazo, em algum momento, o pool de compradores se esgotará. Os pequenos investidores manterão os papéis? Haverá reação dos grandes de Wall Street? Especialistas divergem sobre o que vai ocorrer. Alguns avaliam que os papéis da GameStop poderão voltar a ter queda no médio prazo. Outros destacam que investigações podem ser abertas pelos reguladores do mercado.
8 – Há algo parecido no Brasil?
Um grupo de brasileiros se reuniu para tentar imitar o caso americano. A meta deles é promover uma alta nas ações do IRB (IRBR3) por meio de uma compra coletiva.
A ação ainda está sendo organizada e discutida em redes sociais e em um grupo do Telegram.
Especialistas destacam que os pequenos investidores no Brasil ainda não têm a mesma força dos que integram o mercado de ações americano. Embora o número de investidores ativos na B3 seja de 3,2 milhões (dados de dezembro/20) ainda é pequeno se comparado com os EUA.
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