Presidente da BRF e ministro da Agricultura discutem Operação Trapaça
O presidente-executivo global do grupo BRF Foods, José Aurélio Drummond Jr., se reuniu, em Brasília, com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, para discutir os desdobramentos da Operação Trapaça, deflagrada ontem (5). Na 3ª fase da Operação Carne Fraca, a Polícia Federal investiga fraudes em resultados de análises laboratoriais relacionados à contaminação de carne pela bactéria Salmonella pullorum.
Estão na mira da investigação quatro plantas industriais (frigoríficos ou abatedouros) da BRF, uma das maiores empresas do setor de alimentos no mundo e dona das marcas Sadia, Perdigão e Qualy. Duas unidades investigadas abatem frango – em Rio Verde (GO) e em Carambei (PR). Outro alvo da investigação é um frigorífico de peru, localizado em Mineiros (GO); além de uma fábrica de rações da empresa em Chapecó (SC).
As quatro unidades tiveram as atividades de exportação suspensas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para 11 países e União Europeia, onde são exigidos requisitos sanitários específicos de controle e tipificação da Salmonella, já que existem mais de duas mil variedades da bactéria, sendo que duas são preocupantes para a saúde animal e duas para a saúde pública.
Após a reunião com o ministro da Agricultura, Drummond Jr. evitou fazer comentários sobre a investigação em andamento, mas ressaltou que o episódio não tem relação com as fases anteriores da Operação Carne Fraca, deflagrada há um ano. “Por tudo o que nós ouvimos até agora, na sua maior parte, são episódios que aconteceram anteriormente aos eventos da Carne Fraca de 2017”, disse.
Sobre a conversa com Blairo Maggi, o presidente-executivo da BRF destacou a preocupação do ministro com os efeitos de mais essa investigação sobre as empresas do setor. “As operações da companhia são muito relevantes para as exportações brasileiras. É importante cuidar para que não ocorra impactos que não sejam necessários”, argumentou. Drummond Jr. estava acompanhado do presidente do conselho de administração da BRF e ex-ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan.
Por meio de sua assessoria, o ministro Baliro Maggi disse que não iria comentar a reunião com os executivos da companhia e informou que fará uma um novo comunicado amanhã (7), dirigido aos mercados interno e externo, e reforçar as ações do governo para assegurar a qualidade e o controle sanitário adequados dos alimentos de origem animal produzidos no país.
Em vídeo divulgado ontem, Maggi garantiu que não há risco no consumo de aves no país e que a bactéria eventualmente encontrada na carne é destruída quando o alimento é cozido ou frito.
A Justiça Federal decretou a prisão temporária por cinco dias de 11 pessoas, entre elas o ex-diretor-presidente global da BRF Brasil, Pedro de Andrade Faria, e o ex-diretor de operações da empresa, André Luís Baldissera. Faria deixou o comando da empresa em dezembro do ano passado, justamente para dar lugar ao atual dirigente, José Aurélio Drummond Jr.
Informações da Agência Brasil