Incertezas geopolíticas e volatilidade ditam novo normal dos juros no mundo

6 de junho de 2024 Por Redação

Kenneth Rogoff

 

Publicado às 21h31

 

O atual momento de incerteza geopolítica, seja na crise Ucrânia-Rússia, seja em Israel-Gaza ou China-Taiwan, aliado aos efeitos da Covid-19 nos hábitos dos consumidores e o custo da transição energética traduzem o novo patamar de taxa de juros elevada no mundo. É o que pensa Kenneth Rogoff, professor na Universidade de Harvard e ex-economista chefe do FMI, que participou do MKBR24, evento realizado pela ANBIMA e pela B3.

A pandemia gerou não apenas um efeito econômico, mas também psicológico no consumidor americano, de acordo com o professor. “Depois da Covid as pessoas passaram a gastar como se não houvesse amanhã e isso continua”, disse.

Segundo ele, o que explica o novo normal da taxa de juros em termos reais é a alta no endividamento dos países, a instabilidade geopolítica, o custo de transição para a economia verde e o aumento do populismo. Outro fator que tende a pressionar as taxas de juros, de acordo com Rogoff, é a necessidade de aumento de gastos com defesa.

O MKBR é um evento bienal sobre o mercado de capitais, realizado desde 2018, numa parceria entre a ANBIMA e a B3. Reúne grandes nomes do Brasil e do exterior para debater o cenário atual e as iniciativas que estimulem o crescimento sustentável do mercado de capitais brasileiro.