Após 11 anos, IPCA mostra deflação em junho
O Brasil teve em junho a primeira deflação em 11 anos, conforme dados do IPCA divulgados nesta sexta-feira. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho teve queda de -0,23%.
Última vez que o índice registrou variação negativa foi em junho de 2006, quando recuou 0,21%.
Esse resultado também é o mais baixo para um mês de junho desde o início do plano Real. O IPCA nunca foi tão baixo desde agosto de 1998, quando a taxa atingiu -0,51%.
O primeiro semestre do ano fechou em 1,18%, bem menos do que os 4,42% registrados em igual período do ano passado.
Considerando-se os primeiros semestres do ano, é o resultado mais baixo da série. Em relação aos últimos doze meses, o índice foi para 3,00%, abaixo dos 3,60% relativos aos doze meses imediatamente anteriores.
Em junho de 2016, o IPCA foi 0,35%.
Em junho, os três grupos de produtos e serviços que, juntos, concentram cerca de 60% das despesas domésticas – alimentação (-0,50%), habitação (-0,77%) e transporte (-0,52%) foram os que apresentaram as quedas mais intensas.
Foi Habitação (-0,77%), cuja participação é de 15% nos cálculos do IPCA, o grupo que apresentou a maior queda no mês, sob influência das contas de energia elétrica. Mais barata em 5,52%, a energia exerceu o mais intenso impacto negativo, de -0,20 ponto percentual (p.p.).
No grupo Transportes (-0,52%), com participação de 18% nos cálculos, os combustíveis se destacam pela queda de 2,84% e impacto de -0,14 p.p. O litro da gasolina ficou 2,65% mais barato diante de duas reduções de preços, autorizadas pela Petrobrás, nas refinarias, cujos reflexos nas bombas se concentraram no IPCA do mês.