A avaliação da Eleven para a Sabesp, Sanepar e Copasa
A Eleven divulgou em um relatório que está assumindo a cobertura das empresas de saneamento com recomendações de “compra” para Sabesp (SBSP3) e “neutra” para Copasa (CSMG3) e Sanepar (SAPR11).
“O Novo Marco Legal do Saneamento aprovado em 2020 pelo Congresso Nacional trouxe importantes diretrizes para o setor, mas pontos relevantes ainda carecem de tratamento pela ANA, nova responsável pela definição de normas de referência”, destaca o analista Alexandre Kogake.
A casa de research explica que a melhor estratégia para as mudanças trazidas pelo Novo Marco do Saneamento seria a privatização das companhias o quanto antes, pois possibilitaria a entrada de recursos e melhoria da eficiência de modo a deixá-las mais competitivas nesse cenário de novas licitações que se aproxima.
“Nesse sentido, mesmo com valuation (EV/BAR) das três companhias próximos às mínimas históricas, a Sabesp é nossa única recomendação de compra, por possuir estudos sobre privatização mais avançados, um prazo médio de concessão mais extenso, um menor percentual de contratos vencidos e uma estratégia mais clara para enfrentar o cenário trazido pelo Novo Marco Legal de Saneamento”, escreve o analista.
O relatório salienta que, além de terem prazos médios de concessão mais curtos, o que pode disparar a necessidade de anuência prévia dos municípios para alterações contratuais, a Copasa precisa de aprovação em plebiscito para seguir com uma privatização e a Sanepar tem um controlador (Governo do Paraná), que está focando na venda de outros ativos e que possui um percentual de apenas 20% do capital total da companhia.
Sabesp
A tese de investimento na Sabesp é baseada em múltiplo EV/BAR 2022E de 0,57x no patamar mínimo dos últimos anos e em linha com Copasa e Sabesp, mesmo considerando os diferenciais positivos da tese em relação aos pares; menor percentual de receita associada a concessões vencidas e maior prazo médio ponderado de contratos dentre os pares; maior probabilidade de privatização em razão do estágio mais avançado dos estudos no estado e estratégia mais clara em relação às oportunidades e riscos trazidos pelo Novo Marco Legal do Saneamento.
Os principais riscos para a tese de investimento, segundo a Eleven, são alocação de capital em novas concessões abaixo do retorno exigido para ativos similares; perda das concessões ou lances agressivos para manter os ativos quando do vencimento; novas crises hídricas que poderiam gerar racionamento e mudanças regulatórias derivadas do arcabouço em desenvolvimento pela ANA.
Sanepar
Com relação à Sanepar, a Eleven avalia que, apesar de estar negociando próxima às mínimas históricas, entende que o risco para as ações da Sanepar aumentou consideravelmente depois do Novo Marco Legal do Saneamento.
A recomendação “neutra” é baseada em percentual de receita associado a contratos de programa vencidos mais elevado do que dos pares, além de 21 municípios que foram reprovados na comprovação da capacidade econômico-financeira pela Agepar, trazendo risco para a manutenção da receita da companhia; baixa probabilidade de privatização pela priorização de venda de outros ativos pelo Governo do Estado e pela participação acionária do controlador de apenas 20% no capital social total, o que reduz os ganhos em caso de venda de controle (tag along de 100% para as ações preferenciais); estratégia ainda indefinida sobre a renovação dos ativos, com contratos de programa/concessões vencidos ou a vencer no curto prazo em compasso de espera e demora na definição pela ANA das normas de referência para o setor.
Copasa
“Mesmo com o valuation descontado temos um visão neutra para a tese de investimento de Copasa”, escreve o analista.
A tese é baseada em: modelo de regulação que reconhece os investimentos (programados R$7,4 bilhões entre 2022 e 2026) apenas no ciclo tarifário seguinte, o que aumenta a pressão sobre a geração de caixa e reduz a probabilidade de dividendos extraordinários no curto prazo; cenário de reeleição do atual governador de MG, mantendo baixa a probabilidade de privatização no curto prazo, a qual é agravada pelas condições específicas para a viabilização desse processo no estado (necessidade de plebiscito); indefinição da estratégia sobre a renovação dos ativos com contratos de programa/concessões vencidos ou a vencer no curto prazo e demora na definição pela ANA das normas de referência para o setor.
Veja a recomendação e o preço-alvo
Importante:
O Finance News não faz recomendação de compra ou venda de ativos. O texto acima tem por objetivo informar. O preço-alvo é uma projeção baseada em uma metodologia e varia dependendo da instituição financeira. Procure profissionais especializados e certificados para tomar qualquer decisão sobre investimentos.
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