Previsão é que Bolsa do Rio de Janeiro comece a operar no segundo semestre de 2025
Publicado às 10h04
A cidade do Rio de Janeiro voltará a ter uma bolsa de valores. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o CEO do Americas Trading Group (ATG), Claudio Pracownik, fizeram o anúncio na última terça-feira, 3. A previsão é que a bolsa comece a operar no segundo semestre de 2025.
O prefeito, durante a cerimônia, sancionou a lei municipal que incentiva a instalação da bolsa de valores na cidade. O evento também contou com a presença do presidente da ACRJ, Josier Vilar, do presidente da Câmara de Vereadores, Carlo Caiado, do secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico, Chicão Bulhões e do secretario estadual de Planejamento e Gestão, Adilson Faria.
“O Rio tem uma parte importante da força econômica do Brasil: a Vale está aqui, a Globo tá aqui, a teledramaturgia da Record está no Rio. Mas onde está o setor produtivo? A gente tem um monte de coisas interessantes acontecendo no setor privado do Rio, mas a gente não consegue levantar essa turma. A volta da bolsa de valores é a ponta do iceberg. É o esforço do governador, prefeito, atores políticos. O setor privado percebeu que tem uma concorrência a ser feita com São Paulo. Começamos a criar um ambiente econômico, um conjunto de atrativos, de novos mercados que surgirão”, afirmou o prefeito Eduardo Paes, ao defender a importância do retorno da bolsa à cidade.
O Projeto de Lei 3276/2024, de iniciativa da Prefeitura do Rio, foi aprovado pela Câmara de Vereadores no dia 25 de junho, com 37 votos a favor e 5 contra. Com a nova regra, cai para 2% o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) que incide sobre as atividades a serem desempenhadas por uma bolsa de valores, mercadorias e futuros, bem como sobre as atividades exercidas por sociedades que atuam na negociação, liquidação e custódia de ativos financeiros. A aprovação abriu espaço para o anúncio da ATG, transformando a cidade do Rio novamente em num importante centro financeiro do país, após mais de 20 anos do encerramento das atividades da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ).
Claudio Pracownik, CEO do Americas Trading Group (ATG), destaca que a criação de uma segunda Bolsa de Valores no país é sinal de maturidade do mercado de capitais nacional, contribuindo para que o Brasil seja visto de forma mais positiva pelos investidores, principalmente os internacionais. Ele acrescenta que a existência de concorrência traz eficiência, redução de riscos e pavimenta a criação de novos produtos. O executivo também destaca que a sede da nova bolsa brasileira no Rio trará benefícios para toda a região:
“A nova bolsa terá sua sede administrativa localizada no Rio de Janeiro. Isso é muito importante para a cidade e para o Estado. O Rio voltará a ser um grande centro de negócios, atraindo investidores, e isso tem uma relevância enorme. Nós esperamos que este seja o marco inicial do renascimento do mercado financeiro no Rio de Janeiro”, resumiu o CEO do ATG.
O setor financeiro, no triênio 2021-2023, foi o quarto maior pagador de impostos (ISS) do Rio, com o valor de R$ 1,5 bilhão. Os dados são da Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento (SMFP), compilados pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico (SMDUE). Esse montante representou 9,1% da arrecadação total. O setor conta com 68,5 mil trabalhadores (3,7% dos trabalhadores cariocas), gerando 2,7 mil novos empregos entre 2021-2023. Além disso, o trabalhador do setor financeiro carioca ganha R$ 9,5 mil por mês, um valor bem superior à média do trabalhador brasileiro (3,8 mil por mês).
O Rio possui mais de 4 mil fundos, o que representa 17,6% do total do Brasil. Em termos de patrimônio gerido, o Rio mostra ser um forte mercado, que reúne R$ 2,2 trilhões sob gestão, o que representa 34% dos valores investidos no país, reunindo 22,6% dos cotistas, com 1,1 milhão de investidores, e 20,4% das assets.