Presidente da CVM vê Brasil com expectativa mais confortável que os demais para ofertas públicas

6 de junho de 2024 Por Redação

João Pedro Nascimento

 

Publicado às 18h40

 

Os anos de 2022, 2023 e 2024 têm sido desafiadores no Brasil para a realização de ofertas públicas, mas esse é um contexto global. E os efeitos desse cenário são bem menos nocivos no Brasil do que no resto do mundo, disse João Pedro Nascimento, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no MKBR24, evento realizado pela ANBIMA e pela B3.

O Brasil tem hoje aproximadamente 700 companhias abertas com registro na CVM, mas dessas só 420 estão listadas na B3, segundo ele. “Há uma quantidade expressiva de companhias aguardando uma janela de oportunidade, um momento adequado para voltarem a realizar a distribuição pública de valores mobiliários. Esse é um indicador positivo a favor do Brasil”, disse.

Quando se compara o Brasil com a Europa Continental, por exemplo, de 2021 até 2024 a quantidade de cancelamentos de registro nesses países foi muito mais expressiva do que no Brasil, de acordo com o presidente da CVM.

O país espera condições macroeconômicas para grandes ofertas públicas e uma retomada do crescimento econômico por meio do mercado de capitais, segundo ele.

Ele reconhece que o Brasil tem muito a crescer também no índice da população que investe no mercado de capitais. Hoje, o país tem cerca de 5 milhões de investidores pessoa física, mas o número é pequeno como porcentagem da população total.

“Temos de ter um mercado de capitais ainda mais robusto”, disse ele, citando que o crescimento do número de investidores contribuiria em última instância para o aumento do emprego e da arrecadação de tributos.

O MKBR é um evento bienal sobre o mercado de capitais, realizado desde 2018, numa parceria entre a ANBIMA e a B3. Reúne grandes nomes do Brasil e do exterior para debater o cenário atual e as iniciativas que estimulem o crescimento sustentável do mercado de capitais brasileiro.