Brasil é pujante, mas vive desafio de atrair mais participantes para o mercado de capitais
Publicado às 18h42
O mercado brasileiro de capitais, em especial a parte de renda fixa e crédito privado, se desenvolveu muito nos últimos anos. Em 2023, o país conseguiu ter mais de R$ 400 bilhões de emissões e tudo indica quer terá um 2024 bastante forte, mas o desafio é aumentar esse volume.
“Hoje o mercado de capitais representa quase 42% do financiamento às empresas de capital aberto, mas como deixá-lo mais aberto?”, questionou Guilherme Maranhão, sócio e diretor do Itaú BBA, no MKBR24, evento realizado pela ANBIMA e pela B3. “Gostaríamos de ver o mercado de capitais chegar na pequena e média empresa, na pessoa física”, disse.
Para Ana Rodela, responsável pela área de crédito do Bradesco Asset, a demanda pelo crédito privado aumentou bastante, o investidor menor está mais confortável, houve uma democratização, mas é preciso simplificar as operações para facilitar a entrada da pessoa física, especialmente em títulos como debêntures, CRI e CRA.
Segundo ela, o topo da pirâmide das empresas está bem atendido, mas as demais camadas não. Isso envolve também municiar os gestores com mais dados. Para empresas de menor porte, é fundamental ter demonstrativos financeiros auditados, dados operacionais claros e acompanhamento mais próximo.
Luciene Machado, superintendente da Área de Soluções para Cidades do BNDES, disse que o banco, por ser atrelado ao governo, conhece bem esse conjunto de potenciais novos emissores e tem o compromisso adicional de fazer o segmento crescer.
O MKBR é um evento bienal sobre o mercado de capitais, realizado desde 2018, numa parceria entre a ANBIMA e a B3. Reúne grandes nomes do Brasil e do exterior para debater o cenário atual e as iniciativas que estimulem o crescimento sustentável do mercado de capitais brasileiro.