Publicado às 12h26
A partir desta segunda-feira, 11, a B3 passa a negociar Crédito de Descarbonização (CBIO), no mercado secundário, por meio da plataforma Trademate. O sistema para a negociação eletrônica de ativos de renda fixa foi desenvolvido totalmente em nuvem e lançado em julho de 2023, em substituição à plataforma de negociação Trader.
Esta é a segunda fase de migração de produtos para o Trademate. Os primeiros produtos a serem negociados na plataforma foram os títulos públicos federais.
“Com a migração do CBIO para a nova plataforma, esperamos ofertar um ambiente mais ágil, moderno e seguro para os nossos clientes com o intuito de fomentar a negociação dos ativos de renda fixa no mercado secundário e trazer mais liquidez. O CBIO é um importante produto para vermos um perfil diferente do dos Traders de TPF, pois traz mais profundidade do livro e um número maior de ofertas sendo enviadas ao ambiente da B3”, diz Afonso Rossatto, head de Produtos de Renda Fixa na B3.
Para facilitar o acesso às informações, a B3 também irá disponibilizar uma versão web da plataforma para que os participantes possam acompanhar as negociações do produto na B3. As informações estão disponíveis no link.
Nos próximos meses, o Trademate receberá ainda a migração dos títulos privados como Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), Cotas de Fundos Fechados (CFF) e Debêntures.
O mercado de CBIO
Os CBIOs são títulos emitidos por produtores e importadores de biocombustíveis. A negociação do produto faz parte da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) para viabilizar que o país cumpra os compromissos assumidos no Acordo de Paris. As normas pedem que os distribuidores de combustíveis fósseis adquiram os créditos de descarbonização para compensar suas emissões de gases do efeito estufa. Cada CBIO representa uma tonelada de CO2 evitado.
A B3 é responsável por disponibilizar o ambiente para registro da emissão, negociação e solicitação de aposentadoria do CBIO. Esse ambiente é acessado por instituições financeiras ou representantes de clientes compradores de CBIO.
No ano passado, o CBIO gerou R$ 9 bilhões em negociações na B3 com 36 milhões de instrumentos emitidos, considerando os mercados primários e secundários. Em 2022 o produto registrou R$ 7 bilhões negociados e, em 2021, foram R$ 2 bilhões.
“O CBIO é um produto que vem ganhando seu espaço no mercado e apresentando crescimento relevante ano a ano. Desde o início do programa, mais de 100 milhões de instrumentos emitidos e mais de 85 milhões já foram aposentados”, comenta Leonardo Betanho, superintendente de Produtos Balcão na B3.
Empresas e pessoas interessadas em neutralizar suas emissões de CO2 podem adquirir CBIOs e utilizá-los como forma de compensação. Os investidores interessados devem contatar diretamente uma instituição financeira para intermediar a negociação desses títulos.
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