Cemig (CMIG4) conclui venda de fatia em Retiro Baixo; mercado monitora risco de federalização

Publicado às 21h23

A Cemig (CMIG4) divulgou nesta quarta-feira, 22, após o fechamento do mercado, que sua subsidiária Cemig Geração e Transmissão concluiu a venda de sua participação direta de 49,9% do Capital social da Retiro Baixo Energética para Furnas Centrais Elétricas, subsidiaria integral da Eletrobras (ELET3). 

O valor da transação, corrigido por 100% do CDI desde 31 de dezembro de 2022, resultou no montante de R$ 223,4 milhões.

Desse valor, foi abatido o dividendo de R$ 5,9 milhões, recebido em 28/06/2023, resultando no recebimento líquido do valor de fechamento de R$ 217,5 milhões. 

“Essa alienação está em linha com o Planejamento Estratégico da companhia, que prevê o desinvestimento de participações minoritárias do Grupo Cemig”, destacou a estatal mineira. 

Risco de federalização derruba ações da Cemig

Os papéis da Cemig (CMIG4) tiveram forte queda de 9,71% e fecharam cotados a R$ 11,35 nesta quarta-feira, 22.

As ações da estatal mineira passaram a cair com força no meio da tarde depois de declarações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que disse concordar com a proposta do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, de federalizar companhias estaduais para pagar a dívida pública à União.

No fim da tarde Zema destacou que não há definição sobre a federalização da Cemig.

Já o secretário de Fazenda de Minas Gerais, Gustavo Barbosa, disse afirmou que, a princípio, todos os ativos públicos estão aptos a serem federalizados e abaterem a dívida do estado com a União Federal.

Também foram afetadas as ações de outra estatal mineira, a Copasa (CSMG3). As ações caíram 2,83% e fecharam cotadas a R$ 18,17.

Esclarecimento de notícia 

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pediu à Cemig esclarecimento sobre a notícia veiculada em 18.11.2023 no jornal Folha de São Paulo, sob o título: “Pacheco articula federalização da Cemig para abater dívida de Minas”.

Na matéria do jornal consta a informação que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), articula uma proposta de federalização das empresas estatais de Minas Gerais, incluindo a Cemig, como forma de abater a dívida do governo estadual com a União, que já beira os R$ 160 bilhões.

A Cemig explicou à CVM que a notícia publicada tratou de uma apuração, segundo o próprio veículo de imprensa.

“Trata-se de um processo sem qualquer participação da Cemig, que, se em curso, tramita em âmbito externo da companhia, que não possui conhecimento para além do divulgado pela mídia”, afirmou a Cemig. 

A companhia informou ainda que até a presente data, “não há novas informações as quais, à luz da Resolução CVM nº 44/21, justifiquem a divulgação de Ato ou Fato Relevante acerca da matéria”.

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