Publicado às 21h29
A partir desta segunda-feira, 24, a B3, bolsa do Brasil, passa a negociar três novos BDRs (Brazilian Depositary Receipts) de empresas brasileiras listadas no exterior. A lista inclui papeis da Sigma Lithium (S2GM34), indústria produtora de lítio verde situada no Vale do Jequitinhonha, Pátria Investimentos (P2AX34), gestora líder em investimentos alternativos na América Latina, com 35 anos de história, e Afya Educacional (A2FY34), hub de educação e soluções digitais para médicos. As três empresas têm listagem na Nasdaq, nos Estados Unidos.
Os novos BDRs são não patrocinados, contam com o Banco B3 como depositário e possuem como lastro ações emitidas por essas empresas no exterior. Os BDRs correspondem a frações de ações das empresas e estão disponíveis também para a pessoa física.
Rogério Santana, diretor de relacionamento com clientes da B3, explica que os BDRs estão sendo muito bem-sucedidos em facilitar o acesso de investidores locais a ativos internacionais e também viabilizam o investimento em empresas brasileiras listadas fora do Brasil. “Por meio dos BDRs, as ações dessas empresas estarão disponíveis para investidores brasileiros que muitas vezes também são seus clientes, conhecem bem o negócio, o setor de atuação e são impactados por essas companhias. Isso é muito positivo para a diversificação da base acionária dessas empresas”.
“Investimos R$ 3 bilhões no desenvolvimento tecnológico e construção de uma empresa pioneira na indústria de lítio pela escala de sexto produtor mundial e inovação industrial verde: zero uso de químicos nocivos, zero barragem de rejeitos, 100% dos rejeitos reciclados, 100% da água reutilizada no processo. Nessa indústria verde, o lítio bruto é transformado em insumo de lítio com alto grau de pureza, com 45x mais valor agregado para as baterias elétricas. Com isso, colocamos o Brasil como um dos principais fornecedores das cadeias globais da mobilidade elétrica”, conta Ana Cabral, CEO da Sigma Lithium. “E agora os brasileiros que não têm conta no exterior terão a oportunidade de investir neste projeto sustentável sem similaridade no mundo”, comemora a CEO.
“Ficamos contentes em ter nossas ações negociadas na maior bolsa da América Latina. Somos uma gestora global de recursos alternativos focada em investir na região, e esses investimentos impactam diretamente a população que conhece de perto várias de nossas investidas”, disse Alexandre Saigh, CEO do Patria. “Democratizar o investimento na nossa empresa através desses BDRs deve expandir nosso universo de acionistas e nos aproximar ainda mais de investidores locais no país em que nosso negócio nasceu”.
“A Afya é o maior hub de formação e soluções digitais para médicos do país. Nosso propósito é transformar a saúde com quem tem a medicina como vocação. Neste sentido, abrir um canal com a B3, sem dúvida, gera oportunidade para a Afya ampliar sua base de acionistas aumentando a participação de investidores brasileiros. Estamos felizes com a iniciativa da B3, que acontece exatos quatro anos após o nosso IPO na Nasdaq”, comenta Luis André Carpintero Blanco, CFO da Afya.
Atualmente, a B3 conta com 828 BDRs listados não patrocinados. No primeiro semestre de 2023, o estoque de BDRs somava R$22 bilhões, com a participação de 2 milhões investidores, sendo 97% de pessoas físicas. Em comparação com o primeiro semestre de 2022, o número de investidores em BDR cresceu 28%.
A principal vantagem do BDR é que essa modalidade de produto facilita o investimento em ativos estrangeiros sem a necessidade de abrir conta fora do país, possibilitando ao investidor diversificar suas aplicações com menos burocracia, basta tem uma conta em uma corretora no Brasil.
Os BDRs estão disponíveis para a pessoa física na B3 desde outubro de 2020. Emitidos no Brasil por instituições depositárias (bancos ou corretoras), eles possuem lastro em ativos listados fora do país, como ações de empresas e ETFs.
Fonte: B3
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