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Pix bateu mais um recorde de transações mensais
Em pouquíssimo tempo, o Pix se tornou o método de pagamento mais popular do país, e recentemente foi revelado que mais uma vez a ferramenta atingiu números impressionantes. De acordo com o Banco Central (BC), em março o Pix estabeleceu um novo recorde de transações mensais, já que 3,003 bilhões de operações foram realizadas utilizando a ferramenta no mês passado.
Segundo o Banco Central, essa foi a primeira vez que o número de transferências mensais ultrapassou os 3 bilhões, sendo que o recorde anterior, que data de dezembro de 2022, foi de 2,873 bilhões de operações.
Além da quantidade astronômica de operações, em março o Pix também estabeleceu um recorde de volume financeiro, já que R$ 1,280 trilhão foi movimentado utilizando a ferramenta. Esse foi o maior valor mensal transacionado desde que o sistema de transferência instantânea foi lançado pelo BC em 2020.
Para comprovar mais uma vez a enorme popularidade do Pix, o Banco Central revelou também que o Brasil foi o segundo país no mundo que mais realizou pagamentos instantâneos no ano passado, perdendo somente para a Índia.
A pesquisa citada pelo BC foi realizada pela ACI Worldwide, companhia especializada na área de pagamentos, em conjunto com a GlobalData, empresa de análise e consultoria de dados. Segundo o estudo, na Índia foram realizadas 89,5 milhões de operações com métodos de pagamento instantâneo, enquanto isso, no Brasil esse número foi de 29,2 bilhões de transações.
Números como estes demonstram a relevância que o Pix adquiriu no cenário nacional. Ainda assim, outros meios de pagamento continuam tendo seu espaço, a exemplo das casas de apostas que aceitam boleto bancário. Essas plataformas sabem que o boleto é uma das alternativas de pagamento mais tradicionais do país, e além de aceitá-lo, elas oferecem alguns bônus e promoções para os usuários em seus primeiros depósitos. Com isso, os clientes conseguem um valor adicional para começar a arriscar seus pitacos sem se preocupar tanto com o saldo.
Dívidas no cartão de crédito são cada vez maiores
Recentemente, o Banco Central revelou que quatro a cada dez brasileiros possuem dívidas no rotativo do cartão de crédito, sendo este o tipo de empréstimo com os juros mais elevados do país, já que ele chega aos 417,4% ao ano. Com isso, o BC apontou que estamos presenciando o maior índice de inadimplência da série histórica que teve início em 2011, 44,7%.
Com isso, o governo federal tem feito uma pressão incessante para que os bancos reduzam os juros cobrados, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com representantes do setor na última semana, que afirmaram que estudariam medidas para atender o pedido do governo.
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) argumenta que já propôs discussões acerca do assunto. Segundo a entidade, um dos motivos pelos quais os juros do rotativo são tão elevados é porque a oferta de crédito é um serviço que possui um alto custo de operação, e boa parte dos clientes não paga juros, já que quitam suas faturas em dia.
“Temos de encontrar mecanismos que ataquem as causas. E uma das causas relevantes para o juro do rotativo ser alto é o chamado parcelamento sem juros no cartão. A gente precisa discutir esse ponto”, afirma Isaac Sidney, presidente da Febraban.
Ele ainda relata que o comércio em geral tem um grande benefício ao aceitar o cartão de crédito, já que essa modalidade de pagamento proporciona diversas vantagens, além de evitar que o comerciante se preocupe com cheques sem fundo.
Contudo, para a professora de MBAs da Fundação Getúlio Vargas, Carla Beni, essa justificativa não convence. “O rotativo do cartão de crédito está ligado à conta corrente da pessoa e ao gasto médio que ela tem, ou seja, o limite do cartão é dado pelo banco. Sendo assim, cobrar mais de 400% ao ano para que a pessoa possa dividir as compras, ou seja, usar o rotativo do cartão é algo inexplicável. Não há nada, nenhum modelo matemático, nenhum modelo econômico que justifique como que você pode cobrar essa taxa mesmo com uma Selic elevadíssima de 13,75% ao ano”, explica a especialista.