Atualizado às 14h11
A Eleven iniciou a cobertura da Eletrobras com recomendação de “compra” e preço-alvo de R$ 79 para as ações ELET3 e ELET6.
Em um longo e detalhado relatório, Alexandre Kogake e Gabriel Schiavenato explicam a tese de investimento.
Eles ressaltam que a tese para uma companhia que vai ser privatizada e, com isso, tornar-se mais eficiente, possibilitando retorno interessante para os investidores, é “simples e direta de ser entendida”.
Mas ressaltam que, no caso da desestatização da Eletrobras, não é tão simples.
Os analistas observam que a companhia poderá melhorar a sua alocação de capital e existem ganhos relevantes de eficiência a serem capturados, especialmente quando a companhia puder se libertar das amarras de contratação de pessoal e de fornecedores ao deixar de ser uma empresa estatal.
Também avaliam que a privatização embute a extensão do prazo de concessão das usinas de geração de energia e a liberdade para a companhia negociar os preços e volumes dos contratos, o que impacta positivamente na receita futura da companhia.
No entanto, chamam a atenção que o processo de desestatização criou obrigações de R$ 43,6 bilhões (CDE e outras contribuições), ou pouco mais de 60% da capitalização de mercado atual da Eletrobras.
“Com todas essas mudanças e variáveis, a equação torna-se mais complicada. A destinação dos recursos da oferta da Eletrobras difere dos usos mais comuns que vemos em IPO ou follow-on, quando o capital levantado é destinado a investimentos, aquisições ou melhora da estrutura de capital, no caso de oferta primária, ou aos atuais acionistas, no caso de secundária”, escrevem.
No relatório, destacam que, além de uma pequena parcela secundária com o BNDES vendendo parte das suas ações, de modo que a participação do Governo atinja 45%, todo o montante levantado na oferta primária será destinado para o pagamento do bônus de outorga referente à mudança no regime das usinas de geração de energia elétrica.
“Ainda que o processo tenha mais riscos e incertezas do que uma privatização tradicional, encontramos no patamar atual de preço um upside interessante quando avaliamos a Eletrobras com múltiplos de empresas privadas. Iniciamos, assim, a cobertura de Eletrobras com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 79,00/ação, mas lembramos que existe um risco material de execução, que dependerá da futura composição acionária, do conselho de administração e da diretoria executiva da companhia”, avalia a dupla de analistas, salientando que todos esses pontos somente começarão a serem endereçados depois da oferta.
Os analistas destacam ainda que, como existem alguns riscos que podem impedir a efetivação da oferta (aprovação waiver em Furnas e preço mínimo), recomendam aos investidores que montem a sua posição na oferta (follow-on) ao invés de comprar diretamente no mercado.
Importante:
O Finance News não faz recomendação de compra ou venda de ativos. O texto acima tem por objetivo informar. O preço-alvo é uma projeção baseada em uma metodologia e varia dependendo da instituição financeira. Procure profissionais especializados e certificados para tomar qualquer decisão sobre investimentos.
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