Vale a pena investir na Ultrapar (UGPA3)? Veja a análise da Eleven
Publicado às 14h10
Em um relatório, a Eleven informou que atualizou a tese sobre a Ultrapar (UGPA3), alterando o preço-alvo de R$ 25,00 para R$ 15,50 e mudando a recomendação para “neutra”.
Segundo a casa de research, as mudanças ocorrem de modo a refletir as perspectivas de resultados futuros da Ultrapar, que foram diminuídas após a deterioração da rentabilidade de Ipiranga nos últimos períodos.
“A Ipiranga teve suas margens afetadas pela estratégia anterior, que visava capturar uma rentabilidade agressiva, o que acabou impactando o relacionamento com a rede revendedora. Além disso, buscou uma expansão acelerada da rede de revenda, levando à aquisição de postos de menor produtividade com menores retornos e maiores riscos”, explicam no relatório os analistas Felipe Ruppenthal e Rodrigo Diniz.
Com isso, avaliam, a margem EBITDA da companhia passou de 4,6% em 2017 para 2,1% em 2021.
O time destaca que no Ultraday deste ano, a companhia apresentou o seu plano de retomada de crescimento com foco em uma política de pricing mais consistente e melhoria de processos.
“Deste modo, esperamos o começo de uma trajetória gradual de recuperação da rentabilidade, que já vem apresentando resultados positivos nos últimos trimestres”, escrevem os analistas.
De acordo com o relatório, a Ipiranga deve continuar com a estratégia de buscar postos de maior galonagem, que trazem mais eficiência e menos riscos, ajudando na recuperação gradativa das margens da companhia.
Do lado de Ultracargo, continua a trajetória de crescimento da capacidade estática, atualmente próxima a 1 milhão de m³.
“Esperamos que a companhia tenha uma evolução destes valores ao longo dos próximos anos de forma progressiva e orgânica, devido à maior demanda na movimentação de combustíveis, necessitando de um aumento da capacidade estática do Brasil nos próximos dez anos, com a empresa se consolidando cada vez mais na liderança do mercado”, afirma a equipe, ressaltando que, além disso, acredita que através do novo sistema operacional SOUL a companhia continue apresentando ganhos de produtividade, com redução de desperdícios e otimização dos terminais, gerando menores custos e CAPEX.
Em Ultragaz, a Eleven espera um crescimento paulatino do volume vendido pela companhia devido à resiliência e estabilidade do mercado de gás.
A companhia vem apresentando expansão em sua base de clientes ao longo dos últimos anos e pode ser acelerada com acesso a novos mercados.
“Acreditamos que a Ultragaz deva apresentar ganhos de rentabilidade no curto e médio prazos, através do projeto Lean, que busca expandir a produtividade por uma racionalização de processos e automatização das operações. Isso deve aumentar o volume de engarrafamento automatizado de gás da companhia, possibilitando uma redução do OPEX e incremento nas margens de Ultragaz”, destacam os dois analistas.
Novas Estimativas
No relatório, a casa de research estima um crescimento mais lento de volumes em todos os segmentos no curto prazo devido ao cenário de menor evolução do PIB somado à elevada inflação.
“Projetamos uma redução nos preços dos combustíveis a partir de 2023 em linha com nossa curva para o preço do petróleo juntamente com a variação cambial dos períodos. Isso traz uma redução no faturamento da companhia para os próximos anos, mas uma certa estabilidade das margens operacionais devido à manutenção dos spreads pela Ipiranga e aumento gradativo de margens de Ultragaz e Ultracargo”, explica o time de analistas.
O preço-alvo de R$ 15,50 para o final de 2022 é obtido através da metodologia do fluxo de caixa descontado para a firma com WACC nominal em reais de 11,7% e crescimento nominal na perpetuidade (g) de 5%.
Segundo os analistas, mesmo com o pior desempenho recente das ações da Ultrapar, a companhia continua com seus múltiplos menos atraentes que os da concorrente direta, Vibra (VBBR3).
A Eleven vê a Ultrapar com EV/EBITDA de 8,2x, enquanto a Vibra deve apresentar um múltiplo de 7,0x para 2022.
A avaliação é que, caso a reorganização da Ultrapar (UGPA3) continue apresentando recuperação de margens, principalmente em Ipiranga, a diferença frente às suas concorrentes deve ficar menor e a Ultrapar apresente um bom desempenho de suas ações.
“Ainda assim, esperaremos a confirmação de seus resultados para revisitar o case”, afirma a dupla de analistas
Riscos
Com relação aos riscos, a Eleven ressalta a exposição da Ultrapar à variação dos preços dos combustíveis; execução da reestruturação de Ipiranga, que perdeu rentabilidade em comparação com os competidores nacionais; além de concentração do fornecimento de combustíveis no mercado interno pela Petrobras.
Leia a íntegra do relatório com os gráficos, clicando aqui.
Importante:
O Finance News não faz recomendação de compra ou venda de ativos. O texto acima tem por objetivo informar. O preço-alvo é uma projeção baseada em uma metodologia e varia dependendo da instituição financeira. Procure profissionais especializados e certificados para tomar qualquer decisão sobre investimentos.
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