Publicado às 10h49
Apesar da euforia do mercado nesta quinta-feira, 5, com as ações da Petrobras, o BTG divulgou um relatório mais cauteloso sobre o resultado trimestral da petroleira.
Embora ressalte que o resultado do 2T21 tenha superado as suas estimativas e o consenso, o BTG afirma que “a escolha de uma ação é pensando no futuro, não no passado”.
A petroleira estatal reportou lucro expressivo de R$ 42,8 bilhões e antecipou dividendos (leia mais aqui).
O time de analistas da instituição financeira enfatiza que os resultados e dividendos atestam mais o que a Petrobras tem feito desde 2016 do que o que pode fazer daqui para frente.
“Os resultados operacionais devem permanecer fortes, a menos que o cenário atual de maior Brent e a produção focada no pré-sal mude, e a administração permaneça firme sobre como evitar mudanças estratégicas drásticas. Mas refletir tudo o que foi dito acima no preço das ações só fará sentido se os investidores criarem confiança de que eles permanecerão”, escrevem seus analistas.
A equipe acredita que o fluxo de caixa implícito e os dividend yields permanecerão altos e bem acima de seus pares globais e que a administração da petroleira tem sido inteligente ao tentar dar uma noção de quanta contribuição a empresa tem dado à sociedade. Mesmo assim, destaca que não tem certeza se isso será suficiente.
“A ação parece inegavelmente barata, mas o ruído envolvendo a interferência no preço do combustível (e agora também o GLP), bem como a extensão do prazo de venda das refinarias, ainda nos deixa céticos de que os investidores pagarão pelo re-rating que um operador totalmente independente mereceria”.
O BTG tem recomendação “neutra” para ação preferencial PETR4. O preço-alvo é de R$ 36.
A Petrobras reportou um EBITDA recorde de R$ 60 bilhões, 9% acima da projeção do BTG e do consenso. Para o banco, os resultados foram outra prova do cenário favorável do setor, já que os preços do Brent melhoraram 13%.
O time de analistas também salienta que, no segundo trimestre, a geração de fluxo de caixa recorrente da PETR atingiu US$ 7,6 bilhões e reduziu a alavancagem para 1,5x o EBITDA dos últimos 12 meses, o menor em pelo menos uma década.
Sobre o pagamento de proventos, seus analistas escrevem: “ainda vemos PETR capaz de ultrapassar o limite de dívida de US$ 60 bilhões antes do final do ano, sugerindo que a mensagem do CFO de tornar ‘este pagamento mais consistente ao longo do tempo’ pode efetivamente se traduzir em níveis de ~10-15% de dividend yield com base nos resultados do ano inteiro”.
Importante:
O Finance News não faz recomendação de compra ou venda de ativos. O texto acima tem por objetivo informar. O preço-alvo é uma projeção baseada em uma metodologia e varia dependendo da instituição financeira. Procure profissionais especializados e certificados para tomar qualquer decisão sobre investimentos.
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