Sede da Vale no Rio de Janeiro
Publicado às 21h58min
A Vale (VALE3) informou na noite desta quarta, 20 que assinou um acordo Heads of Agreement (HoA) com a Mitsui permitindo que as partes estruturem a saída da Mitsui da mina de carvão de Moatize e do Corredor Logístico de Nacala (CLN), como um primeiro passo para o desinvestimento da Vale do negócio de carvão.
“A transação está em linha com o foco da Companhia em priorizar seus negócios core e sua agenda ESG, empenhada em tornar-se carbono neutra até 2050 e em reduzir 33% de suas emissões de escopos 1 e 2 até 2030”, explicou a mineradora em comunicado.
A sigla ESG significa Governança Ambiental, Social e Corporativa e refere-se aos três fatores centrais na medição da sustentabilidade e do impacto social de um investimento em uma empresa ou negócio.
Heads of Agreement
O acordo estabelece os principais termos para a aquisição pela Vale da totalidade das participações da Mitsui – 15% na mina de Moatize, juntamente com 50% de participação e todos os outros créditos minoritários que a Mitsui detém na CLN.
“O objetivo das partes é que a saída da Mitsui possa ser concluída durante 2021, o que está sujeito à execução do contrato definitivo e a condições precedentes usuais neste tipo de transação”, explicou a Vale.
O HoA prevê que a Vale comprará, por US$ 1,00 (um dólar americano), a participação em cada um dos ativos de mina e logística de titularidade da Mitsui.
Após o fechamento da transação, a Vale consolidará as entidades da CLN e, portanto, todos os seus ativos e passivos, incluindo o Project Finance do Corredor de Nacala, que tem cerca de US$ 2,5 bilhões de saldo remanescente.
A consolidação do Project Finance implicará aproximadamente US$ 300 milhões por ano em despesas operacionais na mina de Moatize, associadas à tarifa do CLN, que atualmente impactam o EBITDA do Negócio de Carvão, com reclassificação como despesas financeiras, amortização de dívidas, investimento de manutenção das operações e outros, com um aumento equivalente no EBITDA do Negócio de Carvão.
O futuro refinanciamento do Project Finance e simplificação da estrutura levarão a uma economia anual estimada de aproximadamente US$ 25 milhões.
Com o acordo para a aquisição das participações da Mitsui e, consequentemente, a simplificação da governança e da gestão dos ativos, a Vale iniciará o processo de desinvestimento da sua participação no negócio de carvão, que será pautado na preservação da continuidade operacional de Moatize e do CLN, com a busca de um terceiro interessado nestes ativos.
Iniciativas para melhoria operacional
A Vale informou que vem implementando duas iniciativas que devem produzir resultados sustentáveis na mina de Moatize: um novo plano de lavra e uma nova estratégia operacional para as plantas de beneficiamento de carvão.
O novo plano de lavra prioriza corpos de minério de melhor qualidade, com melhor relação estéril/minério, o que pode viabilizar um melhor mix de produtos e a redução de custos, resultado dos investimentos realizados nos últimos 3 anos em uma campanha intensa de sondagem, visando um melhor conhecimento dos recursos e reservas.
Segundo a mineradora, as duas plantas de processamento serão revitalizadas e adaptadas para um novo flowsheet, em implementação desde novembro de 2020.
“Assim que estiver totalmente implementado, a Vale espera retomar o ramp-up, alcançando um ritmo de produção de 15 Mtpa no 2S21 e de 18 Mtpa em 2022”, explicou a Vale.
Processo de desinvestimento
Ao longo dos últimos 15 anos, a Vale tem atuado em parceria com os governos de Moçambique e Malawi, na implantação da mina de Moatize e dos 912 km do CLN, para transporte de carvão, além da revitalização das operações de carga geral e de transporte de passageiros. Estes investimentos representam um legado relevante para esses países e são um importante vetor de desenvolvimento local.
“Em linha com o seu pilar estratégico do Novo Pacto com a Sociedade, enquanto procura conduzir um processo responsável de busca de interessados no negócio de carvão, a Vale continuará a suportar o ramp-up do projeto e manterá todos os seus compromissos com a sociedade e os stakeholders, incluindo obrigações já assumidas quanto a direitos trabalhistas e reassentamentos”, explicou a mineradora.
“A assinatura do HoA, como etapa inicial para o desinvestimento do negócio de carvão, está em linha com a estratégia de disciplina na alocação de capital e a simplificação do portfólio da companhia, e reforça, além da ambição da Vale de se tornar líder na mineração de baixo carbono, o seu compromisso com o Acordo de Paris”, afirmou em comunicado a empresa.
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