Vale informa sobre retomada da operação da Samarco 

23 de dezembro de 2020 Por Redação

Sede da Vale no RJ

 

Publicado às 22h50min

 

A Samarco iniciou nesta quarta-feira, 23, o reinício gradual das operações, com a retomada integrada das operações dos Complexos de Germano, localizado em Mariana (MG), e Ubu, localizado em Anchieta (ES).

A informação consta em um comunicado da Vale ao mercado.

A Samarco é uma joint venture da mineradora Vale (VALE3) com a BHP.  As operações estavam suspensas desde novembro de 2015, quando o rompimento de uma barragem de rejeito da Samarco matou 19 pessoas, poluiu o Rio Doce e destruiu os vilarejos Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e Gesteira. 

As operações reiniciaram com capacidade de produção de 7-8 Mtpa com a utilização de um de seus três concentradores para beneficiamento de minério de ferro no Complexo de Germano e uma das quatro usinas de pelotização do Complexo de Ubu, representando 26% da capacidade produtiva da Samarco. 

“O reinício integrado das operações ocorre após extensos testes de comissionamento, garantindo uma retomada segura após cinco anos”, afirmou a Vale.

Segundo a mineradora, a Samarco utilizará novos processos de disposição de rejeitos. 

Conforme a Licença de Operação Corretiva (LOC), recebida em outubro de 2019, a Samarco espera poder reiniciar as operações de um segundo concentrador em aproximadamente 5 anos, atingindo uma produção de aproximadamente 14-16 Mtpa, e reiniciar o terceiro concentrador em cerca de 9 anos, quando a Samarco espera atingir um volume de produção de aproximadamente 22-24 Mtpa. 

Novos processos 

De acordo com a Vale, a Samarco reinicia suas operações utilizando novas tecnologias para empilhamento de rejeitos secos. 

Com o processo de filtragem, a Samarco espera poder drenar a parte arenosa do rejeito, que representa 80% do total de volume de rejeitos, e empilhá-la de forma segura. 

Os 20% restantes serão depositados na cava Alegria Sul, uma estrutura confinada, o que aumenta a segurança. 

“A Samarco está avançando no descomissionamento da barragem de Germano, seguindo os padrões de segurança exigidos. Comprometida com a estabilidade e segurança de suas estruturas geotécnicas, a Samarco opera o Centro de Monitoramento e Inspeção (CMI), que funciona em tempo real”, explicou a Vale.

Reparação 

A Vale informou que, juntamente com a BHP Billiton Brasil e a Samarco, continua focada na reparação integral das pessoas e áreas afetadas pelo rompimento da barragem de Fundão. A Fundação Renova é responsável pela execução dos programas de reparação dos impactos socioambientais e socioeconômicos e, até outubro de 2020, pagou indenizações e auxílios emergenciais para mais de 321 mil pessoas. 

“Desde 2015, aproximadamente R$ 10 bilhões foram investidos nos 42 programas acordados no Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta (TTAC), dos quais R$ 9 bilhões foram investidos em ações reparatórias e R$ 1 bilhão em ações compensatórias. Para 2021, espera-se que os programas e ações da Renova atinjam R$ 5,9 bilhões”.