Publicado às 10h
O mercado financeiro aumentou a estimativa de inflação para este ano. A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 3,02% para 3,20%, de acordo com o boletim Focus, publicação divulgada todas as semanas pelo Banco Central (BC), com a projeção para os principais indicadores econômicos.
Na última sexta-feira (6), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA chegou a 0,86% em outubro deste ano, a maior taxa do indicador para o mês desde 2002 (1,31%). Com o resultado de outubro, o IPCA acumula taxas de inflação de 2,22% no ano e de 3,92% em 12 meses.
Para 2021, a estimativa de inflação passou de 3,11% para 3,17%. A previsão para 2022 e 2023 não teve alteração: 3,50% e 3,25%, respectivamente.
A projeção para 2020 está abaixo do centro da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, tem centro de 4% em 2020, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,5% e o superior, 5,5%.
Para 2021, a meta é 3,75%, para 2022, 3,50%, e para 2023, 3,25%, com intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, em cada ano.
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic. No último dia 28, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a Selic em 2% ao ano. Para o Copom, apesar da alta observada no preço dos alimentos e de itens industriais, o efeito sobre a inflação será temporário.
A expectativa das instituições financeiras é que a Selic encerre 2020 em 2% ao ano. Para o fim de 2021, a expectativa é que a taxa básica chegue a 2,75% ao ano. Para o fim de 2022, a previsão é 4,5% ao ano e para o final de 2023, 5,5% ao ano.
Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica. Entretanto, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
E quando a Selic é mantida, o Copom considera que ajustes anteriores foram suficientes para manter a inflação sob controle.
A previsão do mercado financeiro para a queda da economia brasileira este ano foi ajustada de 4,81% para 4,80%.
Para o próximo ano, a expectativa de crescimento passou de 3,34% para 3,31%. Em 2022 e 2023, o mercado financeiro continua a projetar expansão de 2,50% do PIB.
A previsão para a cotação do dólar permaneceu em R$ 5,45, neste ano, e R$ 5,20, em 2021.
Informações da Agência Brasil
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