Finanças pessoais

Não confunda ‘trade’ com investimento

 

 

 

Não confunda ‘trade’ com investimento

Entre os erros mais comuns que novatos cometem na Bolsa, estão confundir ‘trade’ com investimento e confiar em ‘dicas’ de profissionais sem qualquer certificação.

A Comissão de Valores Mobiliário (CVM) é clara: somente analistas e consultores certificados e credenciados podem fazer recomendação de compra ou venda de ações e outros ativos.

Diante disso, cuidado se você está recebendo orientação de um profissional que não seja da área ou não tenha certificação para atuar.

 

‘Trade’ não é investimento

Agora vamos nos deter na tradicional confusão que as pessoas que estão começando a operar na Bolsa de Valores cometem: não distinguir ‘trade’ de investimento.

No jargão do mercado de ações, ‘trade’ é uma operação especulativa de curto prazo. Pode ser iniciada e encerrada no mesmo dia, nesse caso será um ‘day trade’, ou pode demorar alguns dias ou semanas e ser chamado de operação de ‘swing trading’.

 

O ‘trader’ observa o preço do papel

Quem observa o mercado para operar no curto prazo está sempre de olho no preço do ativo, principalmente nos movimentos que os preços formam ao final de um período de tempo. Cada dia de pregão é resumido em uma vela, também conhecida pelo nome em inglês ‘candle’. O conjunto delas ao longo de vários dias mostra a tendência do papel, que será de alta, baixa ou ficará andando de lado (movimento conhecido como ‘lateralização’ ou ‘congestão’).

A análise gráfica de ações (também conhecida como análise técnica) ensina como operar esses movimentos no curto prazo. Não é a única ferramenta de análise de curto prazo, mas é a mais conhecida.

Mostra como identificar o alvo da operação, e onde será colocada a ordem ‘stop’, um procedimento realizado via Home Broker que limita as perdas, caso a operação dê errado (nesta série vamos falar mais sobre ordem stop nos próximos textos).

 

Investir não é fazer ‘trade’

Já o investidor está preocupado não com o preço do papel. Ele está atento ao valor da empresa, que pode ser verificado na qualidade de seus fundamentos. O investidor sabe que, em um horizonte de tempo de anos, o ativo que comprou vai subir e cair. O que ele quer é que a empresa se valorize ao longo do tempo, o que pode durar décadas. Além da valorização do papel, muitos objetivam também ganhar com os dividendos (parte do lucro dividido com o acionista).

É falsa a ideia que o investidor vai comprar e esquecer o papel em sua carteira. Nada disso. Ele vai ler balanços, acompanhar o desempenho financeiro e operacional da companhia e avaliar sua administração. Para esse perfil de investidor, é importante que o a empresa dê lucros consistentes, gere dividendos e tenha dívida sob controle.

Isso não significa que o investidor não queira às vezes fazer ‘trades’. Afinal, comprar ações e ficar esperando anos pode ser um tanto quanto monótono para muitos que apreciam a adrenalina das operações de curto prazo. Nesse caso, o que os especialistas sugerem é que a pessoa faça duas carteiras: uma com papéis para o longo prazo e outras com papéis para o curto prazo. Ambas com um bom manejo de risco. Esse será o assunto que vamos explicar na próxima reportagem.

 

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Redação

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