Petrobras reduz custo de construção de poço no pós-sal

14 de julho de 2020 Por Redação

 

 

Publicado às 9h38min

Petrobras reduz custo de construção de poço no pós-sal

A Petrobras (PETR3, PETR4) informou nesta terça, 14, que no início de julho concluiu, em metade do tempo, a construção do poço submarino 7 GLF 49H ESS, no campo de Golfinho, na Bacia do Espírito Santo, a 100 km de Vitória. 

“Esse foi o primeiro poço do pós-sal construído com a aplicação do conceito True One Trip Ultra Slender (TOTUS), que consiste em simplificar e reduzir o tempo gasto nas etapas de perfuração e completação, a partir de otimizações e inovações inseridas nas fases de projeto e planejamento”, explicou a empresa em comunicado. 

Segundo a estatal, a utilização pioneira do TOTUS permitiu concluir este poço em apenas 44 dias frente a média histórica do campo de 96 dias, resultando numa redução de custo de aproximadamente 50%, equivalente a US$ 30 milhões. 

A Petrobras pode aplicar esse novo conceito em seus novos poços, em diversos campos maduros do pós-sal, no período de 2021 a 2025, com potencial de redução de custo entre US$ 20 – 35 milhões por poço. 

“O conceito TOTUS, desenvolvido e patenteado pela Petrobras, é parte do esforço da companhia na busca por soluções tecnológicas que visam reduzir custos em suas atividades de forma segura e eficiente. O conceito consiste na perfuração do poço em apenas 3 fases (Ultra Slender) e a completação (superior e inferior) instalada numa manobra única (True One Trip), diferente das configurações tradicionais (4 ou 5 fases de perfuração e 2 ou mais manobras para instalar a completação). O TOTUS poderá ser utilizado em determinados campos maduros do pós-sal onde as características geológicas e de reservatório favorecem sua aplicação”, afirmou a estatal.

Petrobras conclui testes de diesel renovável 

A Petrobras também divulgou nesta terça, 14,  no dia 11 de julho, concluiu com “sucesso” testes em escala industrial para a produção do diesel renovável. 

Os testes foram realizados na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, Paraná, onde foram processados 2 milhões de litros de óleo de soja, que resultaram na produção de cerca de 40 milhões de litros de óleo diesel com conteúdo renovável. 

“O novo combustível traz benefícios ambientais, na medida em que reduz as emissões de gases do efeito estufa e melhora o desempenho dos motores em comparação ao biodiesel”, explicou a estatal em comunicado. 

A estatal informou que, segundo estudos da APROBIO, Associação dos Produtores de Biodesel, o diesel renovável reduz cerca de 70% das emissões de gases de efeito estufa em comparação ao diesel mineral (derivado do petróleo) e 15% em relação ao biodiesel, para o mesmo óleo vegetal de origem. 

“Em comparação com o biodiesel, a utilização do diesel renovável também melhora o desempenho dos motores, evitando problemas como entupimentos de filtros, bombas e bicos injetores. O diesel renovável produzido pela Petrobras não contém glicerina nem contaminantes metálicos, e suas moléculas são iguais às do diesel mineral, podendo ser misturado ao óleo diesel sem restrições”, destacou a petroleira. 

A Petrobras informou que o diesel renovável depende de regulamentação pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para ser comercializado no Brasil. 

“Os resultados obtidos serão informados à ANP para contribuir para a regulação do produto. O objetivo é atender, em conjunto com o biodiesel já existente, a parcela de biocombustível que deve ser misturada ao diesel comercializado nos postos. Atualmente, o biodiesel é misturado ao diesel mineral em uma proporção de, no mínimo, 12% pelas distribuidoras de combustível, e chegará a 15% até 2023”, destacou. 

Produção de diesel renovável 

O diesel renovável é produzido por meio do processamento de matéria prima renovável, como óleo vegetal ou gorduras animais, em conjunto com o diesel mineral em unidades de processamento dentro das refinarias. O processo resulta em um produto quimicamente idêntico ao diesel mineral, com origem renovável, que é conhecido internacionalmente como Green Diesel (diesel verde), Renewable Diesel, Hydrotreated Vegetable Oil (HVO) ou Paraffinic Diesel (diesel parafínico renovável). A Petrobras possui uma tecnologia patenteada desde 2006 para o coprocessamento de óleos vegetais utilizando o processo denominado “HBIO”. Essa tecnologia resulta num combustível mais estável que o biodiesel. Apesar de não ser utilizado na mistura do diesel no Brasil, o diesel renovável é utilizado em países da Europa e nos Estados Unidos. O novo combustível é adequado às tecnologias mais modernas de motores que estão sendo introduzidas no Brasil.