Publicado às 14h08min
Em julho de 2019 a B3 alcançou 1 milhão de investidores em produtos de renda variável que incluem ações FIIs, BDRs, ETFs, etc. No mês passado, dobrou o número de CPFs que investem na bolsa. Em abril, o total de pessoas físicas com recursos na depositária de renda variável da B3 chegou a 2 milhões.
Esse crescimento representa uma mudança estrutural no mercado de capitais brasileiro e para entender quem é este novo investidor, a B3 divulgou hoje um estudo que traça o perfil da pessoa física que está na bolsa.
De forma geral, ele é mais jovem, se preocupa em diversificar seus investimentos e começa a montar sua carteira com valores baixos. Além disso, tem demonstrado uma visão de longo prazo ao manter suas posições mesmo no auge da volatilidade dos mercados.
O estudo elaborado pela B3 traz dados demográficos, como, por exemplo, a predominância das regiões Sudeste, Sul e Distrito Federal com o maior número de investidores pessoas físicas no país. Em relação ao volume de recursos acumulados, em março de 2017, os investidores pessoas físicas tinham R$ 203 bilhões na B3 e hoje o volume chega a quase R$ 260 bi, um aumento de 30%.
Observando a evolução do comportamento desse investidor ao longo do tempo, é possível notar que a partir de 2019 houve uma queda no valor médio investido pelas pessoas físicas, mostrando uma democratização do mercado de capitais. Em 2011, 44% das pessoas físicas tinham carteiras com até R$ 10 mil de saldo. Em março de 2020, esse percentual já havia subido 10 pontos percentuais, representando 54% do universo total de CPFs que têm recursos na B3. Outro dado que chama a atenção: dos 223 mil investidores que entraram na renda variável em março de 2020, 30% fez o primeiro investimento com menos de R$ 500.
“Há dois anos temos acompanhado a entrada constante da pessoa física na renda variável, e estamos desmistificando a história de que as pessoas precisam de muito dinheiro para investir. As pessoas físicas estão cada dia mais na renda variável e os valores investidos não são altos”, afirma Felipe Paiva, diretor de Relacionamento com Clientes da B3. “Trazer a pessoa física para a bolsa, contribui para que o mercado de capitais brasileiro seja mais forte e resiliente e o trabalho conjunto que vem sendo feito pela B3 e pelos agentes de mercado indicam que estamos dando passos importantes”, reforça Tarcísio Morelli, diretor de Inteligência de Mercado da B3.
Quando se trata de mudança geracional, o dado que mais chama atenção é o de jovens investindo na renda variável. A faixa etária de 25 a 39 anos teve uma evolução de 21 pontos percentuais de 2017 para cá. A faixa que antes representava 28% de todas as pessoas físicas, hoje representa 49%. “Ainda é muito cedo para concluirmos que esse movimento será contínuo, mas, de qualquer forma, traz um quadro positivo e sinais de que talvez estejamos tendo uma mudança geracional quando falamos de investimentos no Brasil”, afirma Paiva.
Diversificação
Ao longo do tempo, os investidores também estão descobrindo novos produtos como os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) e os Exchange-Traded Fund (ETFs). Em 2016 havia uma base de investidores bastante concentrada em ações, já em março de 2020 quase metade da base (46%) passa a ter posição em mais de um produto de renda variável.
Além disso, as pessoas estão investindo em mais empresas, diversificando seus portfolios de ações. Se em 2016 apenas 26% da base tinha 5 ou mais empresas em carteira, esse número subiu para quase metade da base em 2020 (48%).
Acesse a pesquisa completa clicando aqui.
Fonte: B3
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