Publicado às 18h17
O novo corte na taxa Selic reforça a necessidade dos investidores buscarem melhores rentabilidades e sair da inércia no que se refere às aplicações financeiras.
Os juros baixos tem tirado o sono dos mais conservadores, que não encontram mais rentabilidades tão atrativas na Renda Fixa. A vida do investidor está cada vez mais difícil, mas há oportunidades, afirmam especialistas. Veja abaixo como ficam algumas das aplicações mais conhecidas:
Rendimento cada vez pior. É importante lembrar que o cálculo dos juros da Poupança é feito considerando 70% da Selic + TR (a TR, Taxa Referencial, está em 0% desde 2018).
Portanto, com a Selic em 3% ao ano, o rendimento anual da Poupança atualmente é de 2,1% ao ano ou 0,17% ao mês.
Todos os ativos atrelados à Renda Fixa (CDB, LCI, LCA – pós-fixados, entre outros) terão rendimento menor. Esses produtos têm o rendimento indexado ao CDI, uma taxa praticada entre os bancos e cujo percentual é quase igual ao da Selic.
Profissionais de finanças afirmam vale a pena aplicar em CDB, LCI e LCA que rendem acima de 100% do CDI e quando o investidor fica mais de 2 anos na aplicação. O problema é que esse rendimento só é obtido com títulos de bancos médios, que são mais arriscados.
O ponto positivo é que CDB, LCI, LCA e Poupança tem garantia do Fundo Garantidor de Crédito e, por isso, são considerados mais seguros. Vale ressaltar ainda que LCI e LCA não sofrem incidência do Imposto de Renda. Já sobre o CDB incide o Imposto de Renda.
Outros especialistas recomendam manter nesses títulos uma reserva de emergência e um dinheiro para ter à disposição para aproveitar oportunidades de investimentos que surgirem.
Analistas ressaltam que é uma boa opção avaliar aplicações em fundos multimercados de baixo risco ou de médio risco. Mas é muito importante ficar de olho na taxa de administração. Se a taxa for alta, ela corrói seu rendimento. O ideal é uma taxa igual ou menor do que 1,5%.
Esses tipos de fundo podem aplicar simultaneamente em diferentes classes de ativos como ações, moedas, títulos do governo e assim buscar um ganho maior. No entanto, eles oferecem mais risco. É preciso que o investidor leia atentamente as regras do fundo no prospecto para saber no que está aplicando.
Os fundos DI com taxa zero, encontrados em algumas plataformas de investimento, podem ser uma opção neste momento apenas para reservas de emergência.
De acordo com analistas a tendência de alta da moeda americana deve continuar no curto prazo. Juros mais baixos acentuam a saída de capitais do país, o que faz o dólar subir. No entanto, eles ressaltam que ao investir na moeda ou fundos atrelados ao dólar, você estará se expondo à volatilidade do câmbio.
Papéis ligados ao mercado interno podem trazer retornos melhores, no momento, como os do setor de varejo. É importante salientar que na Bolsa, o preço da ação de uma empresa está sujeito também à vários outros fatores como a qualidade dos fundamentos financeiros e operacionais da empresa.
Por isso, a queda da Selic é um dos fatores que podem influenciar o preço de um papel. Feita essa ressalva, analistas destacam que a queda dos juros básicos pode impactar ações de empresas que têm dívida atrelada ou derivada da taxa básica.
Empresas do setor de locação de veículos também podem se beneficiar, já que a queda nos juros se reflete na redução dos custos da operação de um setor que opera alavancado. Outras questão a ser levada em conta é o efeito da pandemia nessas empresas. No curto prazo de nada vale a queda na Selic, se essas companhias estão sendo fortemente atingidas pela paralisação da economia.
Para quem não conhece muito sobre Bolsa e não tempo tempo para se dedicar a esse mercado, mas mesmo assim quer participar dele, especialistas indicam os ETFs, espécie de fundos de investimentos que espelham índices, como o Ibovespa. Vale ressaltar que é importante consultar um profissional especializado e certificado antes de aplicar seu dinheiro nesse tipo de produto.
Especialistas destacam que Títulos Públicos podem continuar na carteira de investimentos, mas é preciso ficar atento a alguns cuidados, por exemplo, se você quer títulos para aplicar no curto ou no longo prazo.
O movimento de queda da Selic afeta de forma diferente cada tipo de título.
A Selic em baixa atinge principalmente os títulos do Tesouro pré-fixados como Tesouro Prefixado, que paga um rendimento anual fixo, e o Tesouro IPCA+, que paga uma taxa equivalente à variação da inflação mais um juro extra.
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