MANCHETE SECUNDÁRIA

Gol diz ter mais de 10 meses em reservas de caixa para se proteger na crise

 

 

Publicado às 10h03min

 

Gol diz ter mais de 10 meses em reservas de caixa para se proteger na crise

A GOL (GOLL4) informou nesta quarta, 13, que considerando os atuais níveis de liquidez, a mais baixa estrutura custo entre seus pares e a posição financeira geral relativa aos concorrentes, está em uma “posição robusta com mais de 10 meses em reservas de caixa para se proteger e se fortalecer nessa crise”. 

“A GOL acredita que estará bem posicionada no mercado durante sua recuperação, devido à sua malha doméstica que atende tanto os passageiros de negócios quanto os de lazer. Atualmente, a companhia possui uma forte posição competitiva e vislumbra a oportunidade de expandir esse posicionamento em um cenário de recuperação, dentro de um setor menor e mais estruturado”, destacou em fato relevante enviado ao mercado nesta quarta.

Clique aqui e acesse a íntegra do fato relevante.

Reduções de custo e reservas de Caixa

A companhia informou que realizou as necessárias reduções de custo com rapidez e aumentou a liquidez para atravessar a crise. 

Para preservar recursos, a administração adotou diversas medidas de economia de custos, incluindo o diferimento de custos de manutenção pesada e mais de 6 mil licenças voluntárias não remuneradas de colaboradores (~40% de sua força de trabalho). 

“Com limitada visibilidade quanto à recuperação, o cenário atual de planejamento da GOL assume uma capacidade de (-45)% a/a 2020, incluindo (-30)% a/a no 4T20, mantendo ainda flexibilidade para responder às tendências preponderantes da demanda”, explicou a aérea. 

A companhia disse ainda que está mantendo seu conservadorismo em suas previsões de consumo de caixa, o que é prudente em função de uma provável curva mais longa de recuperação da demanda, especialmente para viagens internacionais (que correspondiam a 15% da capacidade de voo da GOL antes da pandemia). 

“Sobre essas premissas conservadoras, a companhia estima que possui mais de 10 meses de caixa disponível, incluindo o pagamento integral de todas as despesas financeiras e dívidas”, ressaltou. 

Com base nos atuais níveis de liquidez da GOL, a companhia acredita ter uma forte vantagem em uma recuperação em relação à concorrência. 

Capacidade

A GOL paralisou 120 aeronaves (~92% de sua frota) desde 28 de março, e os voos em abril foram operados do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, para todas as capitais brasileiras e o Distrito Federal, o que representa 7% do realizado em abril de 2019. Ao final de maio, espera-se que esse patamar de operações esteja em 12% do realizado no ano passado, com a planejada reabertura das bases nos aeroportos de Foz de Iguaçu, Navegantes e Maringá, assim como o reinício de um número limitado de voos a partir de Congonhas, São Paulo, para os aeroportos de Santos Dumont e Galeão, no Rio de Janeiro. 

Com a devolução de sete aeronaves B737-800 no 1T20 e de outros quatro B737-800s pretendidos no 2T20, a GOL planeja devolver um total de 18 aeronaves arrendadas em 2020 (e pode retornar até outras 30 em 2021-22). 

Em decorrência de uma demanda esperada mais fraca e da necessidade de menores custos de arrendamento por assento-quilômetro, a Companhia atualmente avalia uma redução de frota focada nos seus 23 B737-700s (15% do total de assentos). Além disso, a GOL cortou os recebimentos do Boeing 737 MAX para 2020/2021/2022 em 14/20/13 aeronaves, e reduziu o CAPEX em R$200 milhões para um total de R$300 milhões.

Consumo de Caixa Custos-caixa operacionais brutos:

A GOL reduziu seus custos-caixa operacionais brutos para R$9 milhões/dia em abril, e espera R$8 milhões/dia para maio, não considerando receitas, reembolsos de TAE, e pagamentos de dívidas não relacionadas a aeronaves. Os pagamentos de custos-caixa para endividamento em geral não vinculado a aeronaves, adicionaram R$2 milhões/dia em abril. O valor consolidado de R$11 milhões/dia é uma melhoria em relação ao plano inicial de R$12 milhões/dia, que inclui o impacto de reembolsos de passagens e custos com colaboradores. 

Custos-caixa operacionais líquidos:

A GOL teve um consumo líquido de caixa de R$ 6 milhões/dia em abril, o que inclui receitas de aproximadamente R$5 milhões/dia. Com a implementação da MP 925, a maioria dos passageiros está realizando remarcações e mantendo o crédito das passagens ao invés de solicitar reembolsos, limitando as saídas de caixa relacionadas à receita líquida. 

Os custos com salários foram ainda mais reduzidos com os cortes na remuneração dos executivos, redução no número de horas e maior número de licenças não remuneradas. 

Segundo a empresa, houve contribuição favorável das operações de carga. Para o restante de 2020 (maio-dezembro), considerando as receitas do cenário acima mencionado, sem reembolsos de TAE, renegociações em andamento com colaboradores, arrendadores e fornecedores que estão em curso, e com o pagamento integral de despesas financeiras, a companhia prevê um consumo líquido de caixa da ordem de R$5 milhões/dia, um valor que é atualmente melhor do que a estimativa de 30 dias atrás. 

Incluindo o pagamento integral de dívidas não relacionadas a aeronaves, a empresa estima um consumo líquido de caixa de R$11 milhões/dia, o que propicia à GOL mais de 10 meses de reservas de caixa. 

Liquidez

Em 30 de abril, a GOL possuía R$4,0 bilhões em liquidez total, o que garante mais de 10 meses de caixa disponível (excluindo reembolsos e caixa restrito). Incluindo os valores financiáveis de depósitos e ativos não onerados (destacados na tabela), as fontes de liquidez da GOL seria aproximadamente R$7 bilhões. A Companhia está discutindo um financiamento de R$750 milhões a R$1 bilhão, garantido por ativos não onerados (com um LTV de 50-60%). Ela atualmente dispõe de R$1,7 bilhão em ativos não onerados. Em março, a GOL chegou a um acordo de compensação pela paralisação dos Boeing 737 MAX e de reestruturação da carteira de pedidos, pelo qual recebeu R$0,5 bilhão em dinheiro em abril e retém um valor presente total de R$1,9 bilhão a receber nos próximos anos. 

A companhia não tem pagamentos planejados de novas aeronaves nos próximos 24 meses. Atualmente, a GOL tem aproximadamente US$100 milhões investidos em um portfólio de 17 milhões de barris de petróleo para os períodos mensais de maio de 2020 a dezembro de 2022. Aproximadamente 65% do portfólio da companhia está em opções de compra out of the money (US$55 de preço médio dos caps) com prêmios pagos em períodos anteriores. Os 35% restantes da carteira estão em zero cost collars com opções de venda em Brent, imunizadas a um preço médio de US$20, totalmente marcadas a mercado e investidas integralmente com depósitos feitos em contrapartes de primeira linha.

 

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Redação

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