Petróleo desaba, Bolsas em queda e crise política em Brasília no radar

 

Publicado às 8h18min

 

Bolsas e petróleo (8h09min)

 

O destaque nesta segunda-feira é a queda do preço do petróleo, com o mercado chegando a conclusão que os cortes de 9,7 milhões de barris diários anunciados semana passada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) não serão suficientes para superar a crise de preço. A demanda pela commodity caiu fortemente com a economia impactada pela pandemia. 

As Bolsas na Europa operam em baixa e os futuros americanos sinalizam uma abertura no negativo.

China (Shanghai Comp.): +0,50% (pregão encerrado)

Japão (Nikkei 225): -1,15% (pregão encerrado)

Alemanha (DAX): -0,81%

Londres (FTSE 100): -0,52%

Petróleo Brent: -3,77% (US$ 27,05)

Petróleo WTI: -8,83% (US$ 22,82)

Minério de ferro na China

Os contratos futuros mais líquidos do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian, na China, fecharam em alta de +1,06% cotados em 620 iuanes. 

Futuros americanos

Em Wall Street, o Dow Jones futuro operava em queda de -1,80% e o S&P 500 futuro em -1,71% às 8h17min. 

Bolsonaro aumenta divisão política

A ida de Jair Bolsonaro a uma manifestação em frente ao Quartel General do Exército neste domingo em Brasília levou a uma onda de críticas e rachou o chamado Centrão, grupo político que controla o Congresso. Uma parte desse grupo está cada vez mais cética em relação aos rumos do bolsonarismo.  

Os manifestantes levaram cartazes com mensagens contra a democracia e proibidas pela Constituição. Eram contra o Supremo Tribunal Federal, contra o Congresso e defendiam uma intervenção militar .

Bolsonaro discursou no protesto dizendo que acabou a “velha política e a patifaria”. Houve críticas de ministros do Supremo Tribunal Federal, de entidades não governamentais e de políticos de vários partidos. 

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou que apenas o Estado Democrático de Direito dá ao Brasil um ordenamento capaz de fazer o país avançar com transparência e justiça social. 

“O mundo inteiro está unido contra o coronavírus. No Brasil, temos de lutar contra o corona e o vírus do autoritarismo. É mais trabalhoso, mas venceremos. Em nome da Câmara dos Deputados, repudio todo e qualquer ato que defenda a ditadura, atentando contra a Constituição”, disse o presidente da Câmara.

Corporativo

No mundo corporativo, o mercado repercute nesta segunda a notícia de que a AES Tietê (TIET11, TIET3, TIET4) informou neste domingo, 19, à noite, que rejeitou a oferta de incorporação apresentada pela Eneva (ENEV3) no dia 1º de março.

Também é destaque a produção de minério de ferro da Vale (VALE3), que no no 1T20 ficou em 59,6 milhões de toneladas. Esse valor corresponde à queda de 18,2% em relação ao mesmo período do ano passado. A produção ficou abaixo do guidance de 63-68 milhões de toneladas. 

Segundo a mineradora, entres as causa da queda estão a perda de 4,5 milhões de toneladas no Sistema Norte, perdas de 1,8 milhões de toneladas por menores compras de terceiros e perdas de 2,1 milhões de toneladas por questões operacionais no Sistema Sudeste, principalmente no Complexo de Itabira.

O que acompanhar durante a semana:

Dados da atividade econômica nos EUA, Europa e Japão

O PMI (índice de gerentes de compras na sigla em inglês), um indicador da atividade econômica, da Eurozona vai ser divulgado na manhã de quinta e vai trazer dados sobre o impacto da pandemia do novo coronavírus na economia da região em abril. Os números serão uma prévia.

Nos EUA, os dados preliminares do PMI serão apresentados também na quinta, às 10h30min.

O Japão divulga uma prévia do PMI industrial e de serviços de abril às 21h30min de quarta.

Seguro-desemprego nos EUA

Analistas e investidores têm acompanhado semanalmente os dados do seguro-desemprego nos EUA. As informações vão ser anunciadas na quinta, 23, às 9h30min. O projetado é que 4 milhões de pessoas tenham solicitado o benefícios.

Estoques do petróleo

Na quarta às 11h30 saem os dados sobre o estoque de petróleo nos EUA, o que pode influenciar o preço do barril de petróleo WTI.

Orçamento de guerra

Em meio ao clima de forte divisão política em Brasília, está no radar do mercado a conclusão da votação da PEC do ‘Orçamento de Guerra’, que irá voltar para a Câmara após modificações no texto.

Notícias

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Redação

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