Fitch mantém ratings da AES Tietê Energia em observação negativa

9 de abril de 2020 Por Redação

 

Publicado às 9h59min

 

A Fitch, uma das principais agências de classificação de risco do mundo, manteve em observação “negativa” o rating nacional de longo prazo ‘AA+(bra)’ (AA mais (bra)) da AES Tietê Energia (TIET4, TIET11) e de sua nona emissão de debêntures quirografárias, no montante de 2,2 bilhões de reais

Segundo a agência, a observação negativa permanece baseada na proposta de combinação de negócios enviada pela Eneva (ENEV3) à AES Tietê.

A Eneva propõe a fusão com a AES Tietê de modo que a AES Tietê passaria a deter 22,58% do capital social da Eneva. 

A proposta, que abrange, ainda, o pagamento de cerca de 2,8 bilhões de reais aos acionistas da Tietê, precisa ser submetida pela administração da empresa à assembleia geral de acionistas até o final de maio de 2020. 

“No entender da Fitch, a combinação da Tietê com a Eneva, se concluída da forma proposta, levaria a alavancagem financeira consolidada das empresas para uma faixa de 4,0 vezes a 5,0 vezes nos próximos dois anos — o que não é condizente com o rating atual da Tietê. Pelo cenário-base assumido, que pode acarretar o rebaixamento da classificação da emissora em um grau, a Eneva utilizará uma combinação de caixa existente e nova dívida a ser emitida para efetuar o pagamento aos acionistas da Tietê. Caso o valor final a ser desembolsado, após potenciais negociações entre as partes, fique acima do inicialmente proposto, a Fitch avaliará se este montante pressionará ainda mais o rating da Tietê”, afirmou a agência em relatório.

No entanto, a Fitch destaca que um menor esforço financeiro da Eneva para concluir a transação poderá ser avaliado positivamente. 

A agência diz que reconhece que a proposta leva ao fortalecimento da base de negócios do novo grupo econômico em relação aos perfis individuais de ambas as empresas, considerando o porte a ser assumido em termos de capacidade de geração de energia, a maior diversificação de ativos e a complementaridade das fontes de energia. No entanto, afirma: “esta melhora é insuficiente para neutralizar o efeito da deterioração do perfil financeiro consolidado a curto prazo. Em bases combinadas, a capacidade instalada em operação do grupo passaria para 5,5 GW, com 3,3 GW provenientes, sobretudo, das usinas hidrelétricas e dos parques eólicos da Tietê, e 2,2 MW das usinas termelétricas a gás e a carvão da Eneva”. 

A Fitch avalia que os ratings atuais da Tietê refletem seu forte perfil de crédito, em bases individuais e considera a sua relevante base de ativos de geração de energia elétrica no Brasil, o baixo a moderado risco de seu negócio e o longo histórico de relevante geração de caixa operacional, mesmo em cenários hidrológicos desfavoráveis.