Ibovespa cai mais de 13%. Dólar sobe mais de 2%. UE propõe proibir entrada de turistas

Atualizado às 15h23min

Ibovespa

Após acionar o circuit breaker pela manhã, para interromper a queda brusca de mais de 10%, o Ibovespa operava em forte baixa. Às 15h23min tinha queda de -13,31% aos 71.676 pontos.

Analistas do mercado começam a especular que o Banco Central deve adiantar para hoje a decisão de cortar a taxa Selic. A divulgação pelo BC da nova taxa está marcada a próxima quarta-feira.

Nos EUA o Dow Jones derretia -6,95%, reduzindo um pouco a queda da manhã.

Já a União Europeia anunciou nesta segunda-feira que propõe proibir da entrada de turistas no Espaço Schengen por 30 dias. A zona Schengen é formada por 22 dos 27 países membros da União Europeia, além da Islândia, Noruega, Suíça e Lichtenstein.

Dólar

O dólar subia +2,73%. Compra/Venda: 4,9910 / 4,9925. Na máxima hoje chegou aos R$ 4,99.

Entenda o circuit breaker

O circuit breaker é um procedimento operacional da B3 que interrompe a negociação de ativos em bolsa. Ele é acionado somente em momentos atípicos de mercado, como durante uma forte queda de preços, baseada na oscilação do Ibovespa, o principal índice de ações do mercado brasileiro. Durante o acionamento do circuit breaker, não é possível realizar compras ou vendas de ativos na B3.

O acionamento do circuit breaker é feito em 3 estágios, obedecendo a percentuais de desvalorização do Ibovespa:

Estágio I – quando o Ibovespa desvalorizar 10% (dez por cento) em relação ao valor de fechamento do Ibovespa do dia anterior, a negociação é interrompida por 30 (trinta) minutos;

Estágio II – reabertas as negociações, caso a variação do Ibovespa atinja oscilação negativa de 15% (quinze por cento) em relação ao valor de fechamento do dia anterior, a negociação é novamente interrompida por 1 (uma) hora;

Estágio III – reabertas as negociações, caso a variação do Ibovespa atinja oscilação negativa de 20% (vinte por cento) em relação ao índice de fechamento do dia anterior, a B3 pode determinar a suspensão da negociação por um período por ela definido. Nesse caso, o mercado será comunicado pelos canais oficiais da B3.

Vale lembrar que o acionamento desses estágios não pode ocorrer nos 30 minutos finais da sessão de negociação do dia. Se a interrupção da negociação ocorrer na última hora da sessão de negociação, o horário de encerramento será prorrogado por, no máximo, 30 (trinta) minutos para reabertura e negociação ininterrupta dos ativos e dos derivativos.

Atuação coordenada dos BCs não diminui aversão ao risco

As Bolsas pelo mundo operam em forte queda devido à pandemia de coronavírus que se espalha pelos EUA e Europa.

A atuação coordenada dos BCs pelo mundo não diminuiu a aversão ao risco até agora. O corte de juros pelo Banco Central americano para perto de zero também não surtiu efeitos nos mercados.

Ontem o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, advertiu que a economia americana deverá ficar fraca no segundo trimestre devido a pandemia do novo coronavírus.

Para os EUA o banco americano Goldman Sachs estima expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 0% nos primeiros três meses do ano, contra crescimento de 0,7% esperado antes.

Para o segundo trimestre, o banco projeta PIB contração de -0,5%, contra projeção inicial de 0%.

Na China, nos primeiros dois meses do ano, houve um grande recuo na produção industrial. Foi a primeira contração em quase 30 anos. O ritmo anual foi de 13,5%, contra uma alta de 6,9% em dezembro. Já as vendas no varejo recuaram 20,5%.

Medidas contra a crise no Brasil

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou nesta segunda-feira medidas para a crise provocada pelo COVID-19. Uma delas é no sentido de facilitar a renegociação de dívidas.

O governo dispensou os bancos de aumentarem o provisionamento no caso de repatriação de operações de crédito realizadas nos próximos seis meses e ampliou a folha de capital do sistema financeiro nacional em R$ 56 bilhões, permitindo que a capacidade de crédito seja elevada em R$ 637 bilhões.