ESPECIAIS

Guedes diz que, como cidadão, prefere isolamento

O ministro da Fazenda, Paulo Guedes

 

Publicado às 20h04min

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse neste domingo (29) que é preciso “respeitar as opiniões dos dois lados” ao falar sobre o isolamento social feito pela população, sob recomendação do Ministério da Saúde, para frear a expansão do contágio pelo covid-19. Ele disse entender a recomendação dos médicos embora, como economista, preferisse a volta de todos à normalidade.

“Vamos conversar sobre isso de uma forma construtiva. Eu, como economista, gostaria que pudéssemos manter a produção, voltar o mais rápido possível. Eu, como cidadão, seguindo o conhecimento do pessoal da saúde, ao contrário, quero ficar em casa e fazer o isolamento”, disse, em videoconferência com representantes da Confederação Nacional dos Municípios, no início da tarde.

Guedes acrescentou que, apesar da importância do isolamento para a saúde pública, a economia não suportará mais que dois meses estagnada. “Essa linha de equilíbrio é difícil, mas é uma questão de dois meses para rachar para um lado ou para outro. Ou funciona o isolamento em dois meses ou vai ter que liberar, porque a economia não pode parar senão desmonta o Brasil todo”. Para o ministro, um tempo de isolamento maior que esse pode provocar um “desastre total”, com um cenário de desabastecimento, aumento de juros e da inflação.

Fundeb

O ministro opinou também sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), tema de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que tramita no Congresso. Ele contrariou o relatório, que prevê um aumento gradual na complementação de recursos do feita pela União para estados e municípios, e sugeriu a manutenção do valor atual. “Podíamos, excepcionalmente, renovar o Fundeb como é hoje, por dois, três anos, para o dinheiro excedente ser mandado para a saúde. Se for aumentar o Fundeb agora, vai faltar pra saúde.”

Orçamento “sem carimbo” e descentralizado

Durante uma hora e meia de videoconferência, Guedes ouviu as demandas de prefeitos de todas as regiões do Brasil e defendeu que a verba liberada para os estados não tenha uma destinação definida. Para ele, os prefeitos deveriam ter liberdade de alocar os recursos nas áreas em que quisessem. “Tudo que é Orçamento é carimbado, isso é ruim. O dinheiro devia estar solto. O prefeito, que está na ponta, é que sabe o que ele está precisando, se é comprar uniforme pras crianças ou comprar o teste de saúde, comprar ventilador pulmonar. O gestor precisa ter essa flexibilidade.”

O ministro também apoiou a aprovação do Projeto de Lei do Congresso (PLN) nº 2, que seguia para votação no plenário do Congresso quando a crise do coronavírus e o isolamento interromperam o ritmo de votações. O PLN 2 altera a atual Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e regulamenta a execução de emendas parlamentares impositivas e coloca critérios que podem impedir a obrigatoriedade de emendas parlamentares individuais ou de bancada.

Ao defender o PLN e a descentralização dos recursos públicos, Guedes afirmou que, se o dinheiro “ficar em Brasília”, irá para “privilégio de aposentadoria” e “para a Venezuela”. “O que queremos é mais recursos para os municípios. O dinheiro tem que ficar na ponta. Se o dinheiro ficar com Brasília, vira dinheiro para privilégio de aposentadoria, vira dinheiro para a Venezuela, vira estádio de futebol, em vez de virar hospital. Nós não acreditamos na centralização dos recursos, acreditamos no dinheiro na ponta, onde o povo vive.”

O ministro também defendeu a aprovação do Marco do Saneamento e do Plano Mansueto, esse último uma demanda dos prefeitos. O Projeto de Lei Complementar 149/2019, conhecido como Plano Mansueto, implementa um novo programa de auxílio financeiro a estados e municípios. A proposta prevê a concessão de empréstimos com garantia da União para estados com dificuldades financeiras. Em troca, o governos locais terão de entregar um plano de ajuste ao Tesouro Nacional, que prevê o aumento da poupança corrente ano a ano.

Informações da Agência Brasil

 

 

Published by
Redação

Recent Posts

BDR: dividendo da Cisco, Brookfield e da AvalonBay

    Publicado às 14h12   Dividendo da Cisco Systems (CSCO34) O Banco B3, na…

18 de novembro de 2024

HBR Realty (HBRE3) realiza desinvestimento de ativo

  Publicado às 14h07   A HBR Realty Empreendimentos Imobiliários (HBRE3) informou nesta segunda-feira, 18,…

18 de novembro de 2024

Auren (AURE3): Fitch remove observação negativa e afirma ratings

  Publicado às 14h   A agência de classificação de risco Fitch removeu na última…

18 de novembro de 2024

Embraer (EMBR3) e PTDI da Indonésia assinam Memorando de Entendimentos para fomentar colaboração na aviação comercial

  Publicado às 14h   A Embraer (EMBR3) e a PT Dirgantara Indonesia (PTDI), principal…

18 de novembro de 2024

Atualização: Vale e Petrobras em alta, notícia da Embraer e outros destaques corporativos

    Publicado às 13h48   Ibovespa Às 13h48 o Ibovespa tinha baixa de 0,24%…

18 de novembro de 2024

Rápidas: Vale, Petrobras, CSN, Auren, Cruzeiro do Sul, Caixa Seguridade, Gerdau, Vulcabras, Valid, Allos

Publicado às 11h33   Ibovespa Às 11h32 o Ibovespa tinha baixa de 0,14% aos 127.609…

18 de novembro de 2024