Publicado às 21h46min
A agência de classificação de risco Fitch Ratings, uma das maiores do mundo, colocou em observação negativa o rating nacional de longo prazo ‘AA+(bra)’ (AA mais (bra)) da AES Tietê Energia (TIET11) e de sua nona emissão de debêntures quirografárias, no valor de 2,2 bilhões.
“A observação negativa segue a proposta de combinação de negócios enviada pela Eneva S.A. (Eneva) à Tietê, na qual a proponente objetiva a incorporação das ações desta última por meio da entrega de ações ordinárias por ela emitidas aos acionistas da Tietê, que passariam a deter 22,58% do capital social da Eneva”, afirmou a agência em comunicado.
“No entender da Fitch, a combinação da Tietê com a Eneva, se concluída da forma proposta, levaria a alavancagem financeira consolidada das empresas para uma faixa de 4,0 vezes a 5,0 vezes nos próximos dois anos — o que não é condizente com o rating atual da Tietê”, explicou a Fitch.
Segundo a agência, pelo cenário-base assumido, que pode acarretar o rebaixamento da classificação da emissora em um grau, a Eneva utilizará caixa existente e nova dívida a ser emitida para efetuar o pagamento aos acionistas da Tietê.
“Caso o valor final a ser desembolsado, após potenciais negociações entre as partes, fique acima do inicialmente proposto, a Fitch avaliará se este montante pressionaria ainda mais o rating da Tietê, destacou, ressaltando que um menor esforço financeiro da Eneva para concluir a transação poderá ser avaliado positivamente.
A agência ressaltou que reconhece que a proposta leva ao fortalecimento da base de negócios do novo grupo econômico em relação aos perfis individuais de ambas as empresas, considerando o porte a ser assumido em termos de capacidade de geração de energia, a maior diversificação de ativos e a complementaridade das fontes de energia. Mas entende que essa melhora é “insuficiente para neutralizar o efeito da deterioração do perfil financeiro consolidado a curto prazo”.
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