Contas públicas têm saldo negativo de R$ 20,9 bilhões em fevereiro

31 de março de 2020 Por Redação

 

Publicado às 12h59min

 

As contas públicas tiveram saldo negativo em fevereiro. De acordo com dados divulgados hoje (31) pelo Banco Central (BC), o setor público consolidado, formado por  União, estados e municípios, registrou déficit primário de R$ 20,901 bilhões no mês passado. Em fevereiro de 2019 o resultado negativo foi menor: R$ 14,931 bilhões. O déficit de fevereiro é o maior para o mês desde 2017, quando ficou em R$ 23,468 bilhões.

O resultado primário é formado por receitas menos despesas, sem considerar os gastos com juros. Segundo o BC, as estatísticas ainda não têm “impactos mais expressivos” da pandemia do coronavírus por serem referentes a fevereiro.

Em fevereiro, o Governo Central (Previdência, Banco Central e Tesouro Nacional) apresentou déficit primário de R$ 26,893 bilhões.

Os governos estaduais e municipais registraram saldo positivo: R$ 4,267 bilhões e R$ 982 milhões, respectivamente.

As empresas estatais federais, estaduais e municipais, excluídas as dos grupos Petrobras e Eletrobras, registraram superávit primário de R$ 743 milhões no mês passado.

Devido ao resultado positivo de janeiro (R$ 56,276 bilhões), no primeiro bimestre, houve superávit primário chegou a R$ 35,375 bilhões, contra R$ 31,967 bilhões em igual período do ano passado.

Segundo o chefe do Departamento de estatísticas do BC, Fernando Rocha, em janeiro é comum haver resultado positivo, seguido de déficit em fevereiro. Isso ocorre porque há aumento da arrecadação em janeiro devido ao pagamento pelas empresas do Imposto de Renda Pessoa Jurídica(IRPJ) e à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

“No caso dos governos regionais, há também tendência de concentração de receitas nos primeiros meses do ano, quando geralmente tem início o pagamento de tributos como IPTU e IPVA, por exemplo, e de despesas no segundo semestre, por exemplo, o 13º salário do funcionalismo”, disse Rocha.

Em 12 meses encerrados em fevereiro, o déficit primário ficou em R$ 58,464 bilhões, o que representa 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país.

A meta para este ano era de déficit primário de R$ 118,9 bilhões. Entretanto, o decreto de calamidade pública dispensou o governo de cumprir a meta.

Despesas com juros

Os gastos com juros ficaram em R$ 28,454 bilhões em fevereiro, contra R$ 30,082 bilhões no mesmo mês de 2019. No primeiro bimestre, essas despesas acumularam R$ 65,610 bilhões, ante R$ 50,936 bilhões em igual período do ano passado.

Em fevereiro, o déficit nominal, formado pelo resultado primário e os resultados dos juros, ficou em R$ 49,355 bilhões, acima do resultado de R$ 45,013 bilhões de fevereiro de 2019. No acumulado de dois meses do ano, o déficit nominal chegou a R$ 30,235 bilhões, contra R$ 18,969 bilhões em igual período de 2019.

Dívida pública

A dívida líquida do setor público (balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais) chegou a R$ 3,923 trilhões em fevereiro, o que corresponde 53,5% do PIB. Em janeiro, esse percentual estava em 54,1%.

Em fevereiro, a dívida bruta – que contabiliza apenas os passivos dos governos federal, estaduais e municipais – chegou a R$ 5,611 trilhões ou 76,5% do PIB, 0,4 ponto percentual acima do percentual registrado em janeiro de 2020.

Informações da Agência Brasil