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Entenda como funcionam os fundos ‘quants’

Flora Damin, Diretora de Marketing da Pandhora Investimentos

 

Entre as estratégias para atrair as pessoas preocupadas com a perda de rendimento com a queda dos juros, estão os fundos controlados por algoritmos. Eles são conhecidos como fundos quantitativos.

Nesses fundos os gestores contam com a tecnologia para implementar uma gestão automatizada para explorar padrões de comportamento do mercado.

Sobre o assunto, o Finance News entrevistou Flora Damin, diretora de marketing da Pandhora Investimentos. Ela explica como funciona, quanto rendem e revela outros detalhes desses fundos.

Finance News – Como funciona um fundo quantitativo (fundos quants)?

Flora Damin – Os fundos quantitativos (quants) ou sistemáticos, como são conhecidos, são fundos em que as decisões são tomadas por algoritmos e modelos matemáticos e não por um gestor humano. Esse modelo permite que as decisões sejam tomadas com base em um volume de dados que nenhum ser humano conseguiria processar na mesma velocidade. Além disso, esse modelo evita que momentos de elevado estresse no mercado financeiro atrapalhem a tomada de decisão e tira vieses que nós humanos podemos ter, de gostar muito de uma ação específica ou estar muito confiante, por exemplo. O objetivo são escolhas mais assertivas e consistentes de ativos nos momentos mais adequados de compra e venda.

Finance News – Quem desenvolve o algoritmo e as estratégias?

Flora Damin – Os algoritmos são desenvolvidos através de um processo que envolve diferentes equipes. Esse processo começa com as ideias, partindo de fundamentos econômicos quando lemos pesquisas, papers ou debatemos entre a equipe de pesquisa e a equipe de mercado financeiro. Depois disso, um analista de dados estrutura a base de dados necessária para iniciarmos a pesquisa e nossos programadores desenvolvem os algoritmos.

Depois de pronta a primeira versão, o algoritmo passará por diversas validações qualitativas e quantitativas, tanto com os sócios de tecnologia e pesquisa, quanto com os sócios com longa experiência em mercado financeiro, que irão avaliar a performance do algoritmo nos últimos 20 anos, o chamado backtest. Após algumas rodadas, se aprovado, o algoritmo é implementado no fundo.

Os algoritmos do fundo Pandhora são atualizados constantemente para acurar o processo decisório, o que oferece uma ótima alternativa de diversificação aos investidores, apresentando resultados descorrelacionados da indústria e do mercado e reduzindo consideravelmente o risco da carteira de seus clientes.

Ao contrário do que se possa imaginar, os algoritmos não operam sozinhos. Através de uma abordagem científica que combina ciência financeira, tecnologia e uma equipe experiente de mercado financeiro são criadas as estratégias, traduzidas em algoritmos. Uma equipe de pesquisa e programadores ajusta constantemente as variáveis dos algoritmos, adaptando às novas realidades para garantir a estabilidade do fundo. Hoje nossos fundos contam com mais de 38 famílias de algoritmos que compõe 8 estratégias, que leem milhões de informações decidindo quando comprar e vender os ativos.

Finance News – São enquadrados em que tipo (classe) de fundo, de acordo com a classificação da CVM? Seriam Multimercados?

Flora Damin – O Pandhora Feeder, principal fundo da casa que é aberto para investidores em geral, é um fundo multimercado, que atua com uma política de investimentos que mescla variados tipos de aplicações como: ações, câmbio, juros entre outros. No Brasil, ainda não foi criada a categoria quant, mas em outros países essa classificação funciona como uma sub categoria: fundo de ações quant, fundo multimercado quant…

Finance News – Quais são as vantagens desse tipo de fundo?

Flora Damin – A primeira grande vantagem dos fundos quanti é o uso de modelagem, matemática e estatística. Isso automatiza uma parte do processo e serve como base para a decisão de investimento. Os algoritmos se baseiam em dados e números, por isso, não são afetados por mudanças de humor, pressão do mercado ou vieses cognitivos. Isso porque, diferentemente do que acontece com as máquinas, a tensão das situações de incerteza pode interferir em nossas decisões.

Esse tipo de algoritmo conta com uma capacidade de processamento de dados muito acima da média dos seres humanos, o que torna as decisões muito mais embasadas. Para ler dados de preços de ativos do mundo todo consistentemente precisaríamos de uma equipe grande demais, que inviabilizaria o negócio. Com tecnologia isso é simples e acontece 24h por dia.

Além do volume de dados usados na tomada de decisão, esses fundos têm um grande benefício para diversificação da carteira. Quando combinamos diferentes investimentos é importante entender quão correlacionados eles são, ou seja, o quanto eles se comportam da mesma maneira (quando um sobe, todos sobem, o mesmo vale para quedas) ou se eles se comportam de formas diferentes. Por tomar decisões de maneira diferente dos fundos tradicionais, os fundos quantitativos são descorrelacionados, diminuindo o risco da carteira. Isso porque em momentos em que a maioria dos fundos está caindo, esse fundo pode estar subindo, te protegendo de perdas.

Finance News – Quais os riscos?

Flora Damin – No portfólio do Pandhora entram ativos extremamente líquidos e que são operados com baixa frequência, reduzindo a volatilidade e os ruídos de curto prazo. Com a diversificação do portfólio, buscamos proteger os investidores de perdas permanentes de capital. Além disso, devido a estratégias e fatores que se complementam ao longo do tempo, os ativos alcançam bons resultados no longo prazo.  Para o investidor, o principal benefício é a diminuição do risco através do efeito de diversificação da carteira. O fundo busca uma alocação balanceada, para minimizar volatilidade e ruídos de curto prazo. Não há exposição a riscos específicos, risco de crédito ou de liquidez, já que os investimentos são realizados em mercados extremamente líquidos e sem concentração.

Finance News – O pequeno investidor pode utilizar como estratégia para diversificação da carteira?

Flora Damin – Sim, porque o investimento pode ser feito por pessoas físicas a partir de R$ 1 mil reais. Além disso, o resgate é feito em quatro dias úteis. O fundo está disponível nas principais plataformas digitais.

Finance News – O fundo quantitativo da Pandhora rendeu quanto em 2019? E em quais ativos investe?

Flora Damin – O fundo quantitativo do Pandhora Feeder rendeu 11,8% em 2019, equivalente a 203% do CDI, superando investimentos tradicionais como a poupança e investimentos em renda fixa, como o tesouro direto. O fundo opera através da B3 futuros do índice Ibovespa, S&P, dólar e curva de juros futuros de dois e três anos, além de possuir uma carteira de ações.

Finance News – Qual é a taxa de administração do Fundo e para qual perfil de investidor é indicado?

Flora Damin – O fundo Pandhora cobra uma taxa de administração de 1,5% a.a.  e uma taxa de performance de 20% sobre o que exceder o CDI.

O fundo é considerado de risco moderado, indicado para todos os perfis de investidores, por ser um ativo descorrelacionado do mercado e com pouca volatilidade, acreditamos que todos os investidores podem ter cerca de 10 a 20% do seu portfolio em fundos quanti com o Pandhora.

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Redação

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