Admilson Longo Jr, CEO da Fiere Investimentos
Muita gente se pergunta quais são as vantagens e desvantagens de investir em produtos da Renda Variável como Fundos Imobiliários, Fundos de ações, cambial, multimercados, debêntures incentivadas, Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e Certificados de Recebíveis Imobiliários.
Para nos ajudar nas respostas entrevistamos Admilson Longo Jr.
Admilson é CEO da Fiere Investimentos. É formado em Análise de Sistema e Gestão Financeira e tem mais de 15 anos de experiência no mercado financeiro. Atuou nas maiores corretoras e instituições financeiras até decidir moldar a gestora Fiere Investimentos com um propósito: “para não servir mais à nenhuma instituição financeira mas sim para servir exclusivamente ao investidor”, define.
Ressaltamos que a entrevista abaixo não é recomendação de investimento. Embora a Fiere seja parceira do Finance News, não se trata de conteúdo patrocinado nem propaganda. Mantivemos os links para que você possa conferir os serviços prestados pela Fiere, caso tenha interesse.
Finance News – Qual deve ser o percentual de alocação do capital na renda variável para quem tem perfil mais conservador?
Admilson Longo: Antes de pensarmos em qual percentual alocar em renda variável é importante ter clareza sobre o cenário que estamos vivendo de Taxa de Juros nas mínimas históricas e uma expectativa de manutenção nesses patamares pelos próximos anos, desse modo os retornos em Renda Fixa, principalmente as mais tradicionais estão cada vez mais comprometidos.
Diante desse cenário é importante que até mesmo os investidores mais conservadores se exponham a algum risco.
Talvez a melhor definição não seja se expor à risco, mas sim se expor à volatilidade. Sendo assim o investidor precisa se expor em Renda Variável à medida que a volatilidade não lhe tire o “sono”. Em nossa visão essa alocação deve estar entre 10% e 20% do capital.
Finance News – Quais os principais cuidados que o investidor deve adotar antes de investir em produtos da renda variável?
Admilson Longo: Se o investidor não tiver conhecimento, deve buscar produtos de gestão profissional (fundos ou uma gestora independente), não deve se iludir com dicas ou “indicações” de amigos e internet. A parcela de renda variável pode ser desastrosa na sua carteira caso não seja bem conduzida e em tempos de mercado altista surgem muitos “gurus” na internet tentando lhe vender a fórmula da riqueza. É preciso ter sempre o horizonte de longo prazo ao constituir uma carteira.
Cabe alertar que investir em renda variável nada tem haver com fazer trade (operações especulativas e de curtíssimo prazo). Isso é um grande engano que as pessoas cometem.
Finance News – Fundo cambial, fundo de ações e fundo multimercado: qual são os riscos e vantagens de cada um?
Admilson Longo – Fundo Cambial: se for de gestão passiva irá acompanhar a cotação da moeda de referência, se for de gestão ativa na maioria das vezes irá se beneficiar das oscilações desse mercado, não apenas em uma direção. Então o primeiro passo é saber antes de investir qual a estratégia utilizada. De modo geral serve para compor o portfólio de investimentos como estratégia de descorrelação aos demais investimentos ou como hedge caso o investidor terá alguma compromisso futuro em moeda estrangeira. Em nossa visão só deve ser utilizado por investidores que tenham um conhecimento mais apurado sobre investimentos e com perfil de investidor de moderado ou arrojado.
Fundo Multimercado: É a classe de fundos que inspira maior cuidado do investidor, pois como o nome já diz ele é multimercado, o que significa dizer que ele pode operar em diversas classes de ativo. A regra estará no estatuto do fundo (item ignorado pela maioria dos investidores), sendo assim é de grande importância saber o que o fundo opera, qual estratégia utiliza, qual o objetivo.
Existem alternativas de fundos que mais se assemelham à um fundo de renda fixa e outros que são mais voláteis que um fundo de ações, então é de suma importância ficar muito atento antes de investir. Porém, é fato que com o cenário de juros baixo essa classe de fundo fará cada vez mais parte dos portfólios de investimentos, certamente com o maior percentual.
Fundos de Ações: São os fundos que investem em ações, na mesma linha dos fundos cambiais é importante saber se o fundo adota uma estratégia passiva ou ativa, pois isso ditará a qual volatilidade seu portfólio estará exposto. No cenário atual muitos investidores estão aumentando sua exposição em Fundos de Ações e é natural que assim seja caso o investidor não tem conhecimento ou habilidade para investir sozinho em ações. Serve aqui o mesmo alerta feito para Fundos Multimercados: procure conhecer qual a estratégia do gestor antes de aportar seu dinheiro.
Com relação à fundos de investimentos é de grande importância buscar conhecer antes de investir quais são as estratégias adotadas e qual a perspectiva e nunca investir por conta do histórico. E importante ter clareza de que estamos passando por um ciclo econômico novo e desconhecido, nunca tivemos essa conjuntura econômica no passado, de modo que não significa que determinado investimento que foi bom no último ano ou nos últimos dois anos, que ele permanecerá rendendo bem pelos próximos anos.
Segue o link de um e-book que preparamos onde mostramos um pouco mais sobre as classificações dos fundos de investimentos: https://www.fiere.com.br/conhecendo_os_fundos_de_investimentos_e_suas_classificacoes_na_anbima/
Finance News – Para diversificar a carteira de investimento, vale a pena ter cotas de um Fundo Imobiliário? Qual é a principal vantagem e a maior desvantagem?
Admilson Longo: Certamente vale a pena como estratégia de diversificação e com a qualidade de ser um ativo gerador de renda constante, porém é importante diversificar nesse segmento e buscar fundos que tenham lastro real (os chamados fundos de tijolos). A principal desvantagem é que por serem cotados em Bolsa, é um ativo que contém volatilidade e deve ser enquadrado em seus ativos de renda variável.
Finance News – Para o pequeno investidor, os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e debêntures incentivadas são uma alternativa de investimento? Poderia explicar como rendem e qual é o risco desses produtos?
Admilson Longo: Em nossa visão o pequeno investidor deve se manter distante desses ativos, pois eles embutem um risco de crédito que na maioria dos casos o pequeno investidor não tem condições de mensurar e nem avaliar.
A principal vantagem é o rendimento isento de imposto de renda, porém, eles não contam com Fundo Garantidor de Crédito e caso o originador desse ativo não honre a dívida certamente o investidor pequeno terá problemas. Um caso recente de estragos ao investidor pequeno são as debêntures da empresa Rodovias do Tietê (a companhia pediu recuperação judicial. A estimativa é que 18 mil pessoas físicas tenham comprado debêntures incentivadas dela e há incerteza sobre o pagamento dos títulos).
Com o cenário de queda brusca da taxa de juros muitas empresas tendem a renegociar suas dívidas de longo prazo e isso traz um risco adicional à todos os ativos com lastro em crédito privado. Inclusive esse é um dos motivos pelo qual não recomendamos Fundos Imobiliários lastreados em ativos financeiros, pois a maioria deles estará com lastro em CRI, ou seja, você investe em um Fundo Imobiliário, mas no final das contas está investindo em CRI.
Desenvolver um portfólio customizado aos objetivos do investidores não é uma tarefa simples, exige estudo e dedicação, por esse motivo a Fiere Investimentos existe. Somos uma gestora de investimentos que não possui nenhum produto próprio, nosso principal objetivo é entender o investidor e buscar no mercado financeiro global as melhores alternativas para atingir seus objetivos. Utilizamos uma máxima em nosso dia a dia: nenhum investidor é igual, todos somos únicos, cada um de nós tem objetivos distintos, apetite a risco distinto e horizontes diferentes. Se você estiver em busca de otimizar seus investimentos consulte nossa equipe.
Admilson Longo Jr. é CEO da Fiere Investimentos. É formado em Análise de Sistema e Gestão Financeira e tem mais de 15 anos de experiência no mercado financeiro. Acesse aqui e veja como funciona uma gestão profissional de investimentos.