Ter autoconfiança é bom, mas desconfie quando é excessiva. Isso ocorre com muita frequência na Bolsa de Valores: o sujeito compra ações de uma determinada empresa, os papéis se valorizam 10% ou mais em alguns dias, ele vende, embolsa o lucro e pensa (mesmo que tenha especulado sem conhecimento algum de Bolsa): ‘eu sou muito bom nisso’.
Esse tipo de postura revela um viés chamado de Autoconfiança Excessiva.
De acordo com teóricos das Finanças Comportamentais esse fenômeno ocorre quando o investidor superestima sua contribuição pessoal para tomar decisão.
Pior do que isso: por confiar excessivamente em si, quando erra atribui essas falhas a outras pessoas ou a fatores externos.
Exagerar na dose de autoconfiança leva a avaliações enviesadas e a uma chance maior de correr riscos que podem provocar danos em seu patrimônio financeiro.
Portanto, se você ganhou algum dinheiro na Bolsa de Valores recentemente, ou teve rentabilidade maior que a inflação na Renda Fixa nos últimos anos, e conhece pouco sobre suas aplicações, seja humilde em reconhecer que os acertos não devem ser atribuídos somente a você.
Caso contrário, por falta de conhecimento e de estratégia adequada, poderá aportar mais dinheiro no produto financeiro com o qual obteve ganhos, sem ter a noção de que o ativo é de risco, e deixar para o mercado o lucro conquistado. Existem pessoas que, ao perderem, e por estarem iludidos pela autoconfiança excessiva, após uma perda forte, investem ainda mais, e perdem mais. O final dessas histórias não é nada feliz. É preciso cuidado redobrado ao aplicar seus recursos em produtos que não conhece os riscos.
O primeiro passo para que a excesso de confiança não leve você a tomar decisões equivocadas é ter a humildade de reconhecer que não conhece em detalhes um determinado produto financeiro. Para sanear suas dúvidas
ouça a opinião de especialistas em finanças. Mas não é qualquer um: tem de ser profissionais certificados por entidade reguladora. Além disso, o ideal é verificar a opinião de mais de um analista.
Outra estratégia é desconfiar do excesso de autoconfiança que surge depois de obter uma rentabilidade com a aplicação em um determinado produto financeiro.
Se pergunte: eu ganhei porque usei uma estratégia baseada no meu conhecimento ou por outros fatores que fogem ao meu controle? Por exemplo: comprou uma ação e o papel se valorizou 15% em uma semana. Essa rentabilidade foi devido a sua competência de avaliar o impacto de um evento futuro na companhia?
A humildade em reconhecer que é necessário aprender mais para gerenciar melhor o risco e fazer uma carteira de investimento em ativos adequados ao perfil é uma virtude na área de finanças.
Não deixe que sua mente o iluda com atalhos para decidir. Eles são sedutores, mas escondem riscos. As decisões mais qualificadas são baseadas em reflexões, indagações a profissionais certificados e só depois disso, a ação de investir.
Para quem gosta de aplicar na Bolsa de Valores, cursos rápidos que ensinam análise gráfica ou análise de fundamentos de ações, também são uma excelente estratégia para fugir das regras de bolso.
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