Após fala de Bolsonaro, Ibovespa volta a afundar com Petrobras
Atualizado às 14h30min
Após ficar estável no fim da manhã, o Ibovespa voltou a afundar no começo da tarde com o presidente Jair Bolsonaro dizendo que precisa ser “convencido” da necessidade do reajuste do diesel.
Às 14h30min o Ibovespa caía -1,76% (93.087 pontos) pressionado pela forte queda de -7% das ações da Petrobras.
Bolsonaro afirmou que ligou para o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. “Me surpreendi com o reajuste de 5.7%. Não vou ser intervencionista. Não vou praticar a política que fizemos no passado, mas quero os números da Petrobrás”, afirmou.
Na véspera, o Planalto ordenou e a Petrobras cancelou o aumento do preço do diesel nas refinarias para evitar outra greve dos caminhoneiros.
Eletrobras e BB
A medida intervencionista de Bolsonaro na Petrobras prejudicou outras estatais.
As ações da Eletrobras (ELET3), que chegaram a ter alta com a notícia de que o modelo de capitalização deve ser anunciado até junho, viraram para o negativo.
Os papéis do Banco do Brasil (BBAS3) também caíam mais de 2%.
Vale
A Vale (VALE3) operava perto da estabilidade. O minério de ferro na China teve valorização. Além disso, sinais positivos da economia chinesa também ajudam a Vale.
As exportações da China se recuperaram em março e subiram 14,2% sobre o ano anterior, mostraram dados da alfândega nesta sexta-feira. As importações, no entanto, encolheram pelo quarto mês seguido e recuaram 7,6% sobre o ano anterior, pior do que a expectativa de queda de 1,3%.
Na política
Mercado também precifica incertezas com Previdência
No momento analistas de mercado ainda se concentram em tentar mensurar o quanto o texto da nova Previdência será desidratado na Câmara.
No entanto, à medida que surgem sinais de atrasos não esperados no trâmite do texto na Casa até a votação, e a estratégia atual de convencimento do governo para conseguir votos se mostrar ineficiente, será normal os preços dos ativos começarem a se ajustar para um cenário extremo de “não reforma”.
Maia na mira da PGR
Perícias em sistemas da empreiteira Odebrecht teriam indicado pagamentos de R$ 1,4 milhão ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia e ao pai dele, Cezar Maia. A informação é da Procuradoria Geral da República, que pediu para prorrogar o inquérito sobre o caso.
Isso joga mais incertezas na relação do Planalto com Maia. Bolsonaro vê Maia como representante da “velha política”.
Maia é um importante apoio na Câmara para aprovação da Reforma da Previdência.