Após fala de Bolsonaro, Ibovespa volta a afundar com Petrobras

12 de abril de 2019 Por Redação

Atualizado às 14h30min

Após ficar estável no fim da manhã, o Ibovespa voltou a afundar no começo da tarde com o presidente Jair Bolsonaro dizendo que precisa ser “convencido” da necessidade do reajuste do diesel.

Às 14h30min o Ibovespa caía -1,76% (93.087 pontos) pressionado pela forte queda de -7% das ações da Petrobras.

Bolsonaro afirmou que ligou para o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. “Me surpreendi com o reajuste de 5.7%. Não vou ser intervencionista. Não vou praticar a política que fizemos no passado, mas quero os números da Petrobrás”, afirmou.

Na véspera, o Planalto ordenou e a Petrobras cancelou o aumento do preço do diesel nas refinarias para evitar outra greve dos caminhoneiros.

Eletrobras e BB

A medida intervencionista de Bolsonaro na Petrobras prejudicou outras estatais.

As ações da Eletrobras (ELET3), que chegaram a ter alta com a notícia de que o modelo de capitalização deve ser anunciado até junho, viraram para o negativo.

Os papéis do Banco do Brasil (BBAS3) também caíam mais de 2%.

Vale

A Vale (VALE3) operava perto da estabilidade. O minério de ferro na China teve valorização. Além disso, sinais positivos da economia chinesa também ajudam a Vale.

As exportações da China se recuperaram em março e subiram 14,2% sobre o ano anterior, mostraram dados da alfândega nesta sexta-feira. As importações, no entanto, encolheram pelo quarto mês seguido e recuaram 7,6% sobre o ano anterior, pior do que a expectativa de queda de 1,3%.

Na política

Mercado também precifica incertezas com Previdência

No momento analistas de mercado ainda se concentram em tentar mensurar o quanto o texto da nova Previdência será desidratado na Câmara.

No entanto, à medida que surgem sinais de atrasos não esperados no trâmite do texto na Casa até a votação, e a estratégia atual de convencimento do governo para conseguir votos se mostrar ineficiente, será normal os preços dos ativos começarem a se ajustar para um cenário extremo de “não reforma”.

Maia na mira da PGR

Perícias em sistemas da empreiteira Odebrecht teriam indicado pagamentos de R$ 1,4 milhão ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia e ao pai dele, Cezar Maia. A informação é da Procuradoria Geral da República, que pediu para prorrogar o inquérito sobre o caso.

Isso joga mais incertezas na relação do Planalto com Maia. Bolsonaro vê Maia como representante da “velha política”.

Maia é um importante apoio na Câmara para aprovação da Reforma da Previdência.