A Gol Linhas Aéreas suspendeu temporariamente, desde as 20h desta segunda-feira (11), todas as operações comerciais com aeronaves do modelo Boeing 737 MAX 8. Na manhã deste domingo (10), um Boeing 737 da Ethiopian Airlines caiu pouco depois de decolar de Addis Abeba, capital da Etiópia. Segundo a companhia aérea, havia 149 passageiros e oito tripulantes a bordo do voo que iria para Nairóbi, no Quênia. Não houve sobreviventes.
Segundo a empresa, os clientes que tinham viagens previstas nesse modelo de aeronave serão comunicados e reacomodados em voos da Gol ou de companhias parceiras. Não há alterações nos destinos internacionais de longo curso com os aviões Boeing 737 NG.
“A Gol reitera a confiança na segurança de suas operações e na Boeing, parceira exclusiva desde o início da companhia em 2001, e esclarece que está acompanhando de forma intensiva todos os fatos que permitam o retorno das aeronaves às operações regulares da companhia no menor espaço de tempo possível”, diz, em nota, a companhia.
A empresa informou que as operações com ese modelo de aeronave tiveram início em junho do ano passado e que foram realizados 2.933 voos, totalizando mais de 12,7 mil horas. “Atualmente, a frota da companhia é composta por 121 aeronaves Boeing, das quais sete modelos 737 Max 8”, acrescenta a nota.
Em outubro do ano passado, uma aeronave idêntica da companhia indonésia Lion Air caiu no mar 13 minutos após partir do aeroporto de Jacarta, causando 189 mortes. A proximidade dos dois acidentes, de perfil semelhante e com o mesmo modelo de aeronave em um curto espaço de tempo, fez com que a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor do Estado de São Paulo (Procon-SP) pretendesse notificar a Gol Linhas Aéreas para suspender imediatamente a operação com o Boeing 737 MAX 8. A informação foi divulgada antes da iniciativa da Gol em suspender por decisão própria.
Segundo o Procon-SP, apenas a Gol tem aviões desse modelo no Brasil e “opera com sete deles em rotas para os Estados Unidos, a América do Sul e o Caribe, preferencialmente”. O Procon, que é vinculado à Secretaria da Justiça e Cidadania, destaca também que esta é a versão mais recente do avião comercial mais vendido no mundo.
A Agência Nacional de Avião Civil (Anac) informou, por meio da assessoria de imprensa, que tem acompanhado as notícias sobre o acidente e que mantém contato “com a empresa fabricante da aeronave, com a autoridade que originalmente a certificou, bem como com o operador brasileiro”.
“Em casos extremos, dada a reconhecida probabilidade de repetição, bem como a avaliação dos dados disponíveis, a autoridade certificadora original ou a Anac pode emitir Diretrizes de Aeronavegabilidade com limitações à operação da frota da aeronave”, diz a agência em nota.
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