Em reunião com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e autoridades do Ministério Público Federal, o presidente da empresa Vale, Fábio Schvartsman, comprometeu-se hoje (31) a acelerar os acordos extrajudiciais para as famílias de mortos e desaparecidos em Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte. A iniciativa ocorre seis dias depois do rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão.
“Nossa intenção foi revelar o propósito de acelerar ao máximo o processo de indenização e atendimento às consequências do desastre. Para tanto, estamos preparados para abdicar de ações judiciais, e estamos preparados porque queremos fazer acordos extrajudiciais”, afirmou Fábio Schvartsman, acrescentando que pretende iniciar os pagamentos.
Segundo o executivo, as negociações são conduzidas pelas autoridades de Minas Gerais para que a Vale “comece imediatamente a fazer frente a esses processos indenizatórios”. De acordo com Schvartsman, não há valores definidos nem prazos estabelecidos. Ele informou que, tão logo sejam assinados os acordos, serão feitos os repasses.
“A primeira atenção é às vítimas, às famílias. Todo o resto é importante, ninguém tira a importância, todo o resto será cuidado”, afirmou Schvartsman, após a reunião, da qual participaram também a procuradora-federal do Direito do Cidadão, Débora Duprat, e Antonio de Cunha, da 6ª Câmara Indígena, e a, secretária de Direitos Humanos do Conselho Nacional do Ministério Público, Ivana Farina.
A reunião foi realizada a pedido da direção da Vale.
Na reunião, o presidente da Vale confirmou que a sirene que iria soar foi “engolfada” pela lama no momento do rompimento da barragem de rejeitos da Mina Córrego do Feijão. Segundo Schvartsman, foi uma situação incomum. “É uma coisa trágica, pelo que histórico de rompimento demonstra. Aqui aconteceu um fato que não é muito usual: a sirene que iria tocar foi engolfada pela queda da barragem antes que ela pudesse tocar.”
Há dois dias foram presos três funcionários da Vale diretamente envolvidos e responsáveis pelo licenciamento da barragem que se rompeu em Brumadinho e dois engenheiros terceirizados que atestaram a estabilidade do empreendimento.
A operação contou com a ação conjunta do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF). No total, foram sete mandados de busca e apreensão e cinco de prisão temporária.
Porém, o presidente da Vale negou receio com as prisões. “Não tenho nenhum motivo para temer prisão de executivos”, disse Schvartsman.
Agência Brasil
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