A Petrobras (PETR3, PETR4) informou nesta sexta, 21, que assinou ontem com a empresa francesa Total novos documentos relacionados à parceria estratégica entre as duas companhias anunciada em Fato Relevante de 01/03/2017.
Na parceria, as empresas já haviam realizado transações que resultaram no pagamento, em 15/01/2018, de US$ 1,95 bilhão à Petrobras, além de uma linha de crédito no valor de US$ 400 milhões, que pode ser acionada pela Petrobras para realização de parte de seus investimentos nos campos da área de Iara, e pagamentos contingentes no valor de US$ 150 milhões.
Agora foram firmados os seguintes acordos:
-Cessão de direitos de 10% da Petrobras para a Total do campo de Lapa, no Bloco BMS-9. A Petrobras está exercendo a opção de venda do restante de sua participação, conforme previsto no contrato assinado em janeiro de 2018, quando a Total adquiriu 35% da participação da Petrobras, ficando com a operação do campo. A produção atual do campo de Lapa é de cerca de 30 mil bpd.
A nova composição do consórcio passa a ser: Total como operadora (45%), BG E&P Brasil – companhia subsidiária da Royal Dutch Shell plc (30%) e Repsol Sinopec Brasil (25%).
-Acordo de Investimentos (Investment Agreement) para a criação de uma joint venture, com participação de 49% da Petrobras e 51% da Total Eren S.A. – empresa coligada da Total, em continuidade ao Memorando de Entendimentos (MoU) assinado e divulgado ao mercado em 10/07/2018, com o objetivo de desenvolver projetos nos segmentos de energia solar e eólica onshore no Brasil.
Segundo a estatal, o referido acordo tem natureza vinculante pelo qual as partes se comprometem a negociar os documentos necessários para a formalização da joint venture. Inicialmente, a joint venture buscará desenvolver uma carteira de projetos de até 500MW de capacidade instalada ao longo de um horizonte de 5 anos.
“A celebração desse acordo é mais um passo na estratégia da Petrobras em desenvolver negócios de alto valor em energia renovável, com parceiros globais, visando a transição para uma matriz de baixo carbono”, explicou.
Nesta nova fase, a Total pagará à Petrobras um valor adicional de US$ 50 milhões.
Em relação à decisão liminar proferida em 19/12/2018 pelo Ministro Marco Aurélio Mello em ação declaratória de inconstitucionalidade proposta perante o Supremo Tribunal Federal, a Petrobras esclareceu que “a referida decisão não se aplica à cessão da participação no campo de Lapa, visto que os contratos foram firmados em 28/02/2017 com base na legislação vigente à época”.
Segundo a Petrobras, com relação aos acordos de cooperação tecnológica integrantes da parceria, já foram alcançados resultados em duas frentes:
-inteligência artificial: novas técnicas para identificação de falhas geológicas, levando a significativos ganhos de eficiência.
-reservatórios de baixa permeabilidade: novos processos e ferramentas para localizar áreas com maior potencial, com aplicação direta em campos como Sururu (concessão na área de Iara).
Fonte: Petrobras
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