Os consumidores podem ter inflação mais baixa em 2018 e nos próximos anos do que a até então esperada pelo Banco Central (BC). As reduções na cotação do dólar e no preço do petróleo influenciaram itens como gasolina e botijão de gás. Outro fator que contribui para reduzir as previsões da inflação são as mudanças das bandeiras tarifárias da energia elétrica. A avaliação consta do Relatório de Inflação, divulgado trimestralmente pelo BC.
No cenário em que o dólar permanece em R$ 3,85 e a taxa básica de juros, a Selic, segue em 6,5% ao ano, a previsão para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), caiu de 4,4%, estimada em setembro, para os atuais 3,7%, neste ano. Para 2019, a projeção passou de 4,5% para 4%. Para 2020, o recuo foi de 4,2% para 4%, e para 2021, de 4,2% para 4,1%.
Em outro cenário, em que são consideradas projeções do mercado financeiro para o dólar e a taxa Selic, a estimativa para a inflação passou de 4,1% para 3,7%, neste ano, de 4% para 3,9%, em 2019, permanece em 3,6%, em 2020, e foi ajustada de 3,8% para 3,7%, em 2021. Nesse caso, a inflação é menor nos próximos anos do que no outro cenário porque o mercado prevê taxa Selic maior. O mercado estima que a Selic vai subir dos atuais 6,5% para 7,5% ao ano, em 2019, para 8% ao ano em 2020 e permanecer nesse patamar em 2021 e 2022. A expectativa para a taxa de câmbio é R$ 3,78, no final de 2018, R$3,80 em 2019 e 2020 e R$3,86, em 2021.
A taxa Selic é o principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação. Quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é diminuir os custos do crédito e incentivar a produção e o consumo. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de ficar acima da meta de inflação. Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
O BC atua para atingir as metas de inflação definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2018, o centro da meta é 4,5%, com limite inferior de 3% e superior de 6%. Para 2019, a meta é 4,25% com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%. Já para 2020, a meta é 4%, e 2021, 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
No último dia 12, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, manteve, pela sexta vez seguida, a taxa Selic em 6,5% ao ano. No Relatório de Inflação, divulgado hoje, o BC reforçou que os próximos passos do comitê continuam dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e expectativas para a inflação. “Os membros do Copom julgam que cautela, serenidade e perseverança nas decisões de política, monetária, inclusive diante de cenários voláteis, têm sido úteis na perseguição de seu objetivo precípuo de manter a trajetória da inflação em direção às metas. O Comitê entende que decisões pautadas por esses princípios constituem bom guia para a política monetária.”
Informações da Agência Brasil
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