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BC leiloou US$ 12,25 bilhões das reservas para segurar dólar

 

 

Em um mês de instabilidade no mercado financeiro global, o Banco Central (BC) leiloou US$ 12,25 bilhões das reservas internacionais para segurar a alta do dólar, que encerrou 2018 com alta de 16,9%. O valor foi obtido pela Agência Brasil com base em comunicados da autoridade monetária. Desde 28 de novembro, o BC tem vendido dólares das reservas com o compromisso de recomprar o dinheiro futuramente.

Chamadas de leilões de linha, essas transações permitem ao BC intervir no câmbio sem queimar as reservas externas, que representam colchão de segurança do país contra crises econômicas internacionais. Até a última sexta-feira (28), as reservas internacionais totalizavam US$ 376,9 bilhões. Sem os recursos temporariamente nas mãos dos investidores, o total cai para US$ 364,65 bilhões.

Além de promover leilões de linha, o BC está rolando (renovando) integralmente os contratos de swaps cambiais tradicionais em circulação. Embora todo o processo seja feito em reais, os swaps na prática funcionam como venda de dólares no mercado futuro. Em dezembro, o BC renovou US$ 10,4 bilhões de contratos de swap. Os papéis que venceriam em 2 de janeiro foram trocados por outros que vencem em maio, julho e novembro de 2019.

Na última quarta-feira (26), o BC anunciou que pretende continuar a rolar US$ 10,373 bilhões de contratos que venceriam no início de fevereiro. Novamente, os papéis serão trocados por contratos com vencimento em maio, julho e novembro. Ao esticar o prazo de vigor dos papéis, a autoridade monetária reduz a demanda por dólares, ajudando a segurar a cotação da moeda.

As ações do BC ajudaram a aliviar o câmbio. O dólar fechou a última semana do ano com queda de 0,53%, embora tenha encerrado o ano com alta de quase 17%. Normalmente, o Banco Central promove leilões de linha próximo do fim do ano por causa da demanda por dólares de empresas que estão fechando o caixa. Neste ano, porém, a turbulência nos mercados internacionais, principalmente nos Estados Unidos, levou a autoridade monetária a atuar com mais rigor.

Intervenção cambial

Criados em 2001, os swaps cambiais funcionam como uma venda de dólares no mercado futuro, que permitem ao Banco Central intervir no câmbio sem queimar reservas internacionais. Nessas operações, o BC aposta que os dólares vão subir mais que os juros futuros. Os investidores apostam o contrário. No fim, ocorre uma troca de rendimentos que resulta em prejuízo para a autoridade monetária caso o dólar aumente mais que os juros.

Nos leilões com compromisso de recompra, o BC de fato leiloa dinheiro das reservas internacionais, mas compromete-se a pegar o dinheiro de volta meses mais tarde, quando o mercado financeiro estiver menos conturbado.

Informações da Agência Brasil

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Redação

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