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BC: inadimplência segue no menor nível histórico

 

A inadimplência das famílias ficou estável nos últimos quatro meses no menor nível histórico registrado pelo Banco Central (BC). Em agosto, a inadimplência permaneceu em 5%, a menor taxa da série histórica iniciada em março de 2011. Essa taxa considera atrasos acima de 90 dias.

A taxa média para pessoas físicas e empresas – de 4,2% em agosto – também é a menor da série histórica. Essa é a inadimplência do crédito com recursos livres, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado.

Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, a inadimplência “em valores muito baixos” deve-se à retomada gradual da atividade econômica, à melhor análise da capacidade de pagamento dos clientes feita pelos bancos antes de liberar o empréstimo e a um “gerenciamento mais ativo” após a concessão de crédito, com oferta de renegociação para os tomadores permanecerem adimplentes.

Perguntado sobre as taxas de juros ainda muito altas no cheque especial e no rotativo do cartão de crédito, mesmo com inadimplência baixa, Rocha disse que são modalidades para serem usadas apenas em situação de emergência.

Cheque especial

Ele destacou que há uma redução no saldo do cheque especial (R$ 26,435 bilhões, com recuo de 4,6% em 12 meses). “Ou menos pessoas estão demandando ou está tendo aumento da educação financeira”, disse. Para Rocha, o rotativo do cartão de crédito, “de preferência”, não deve ser usado.

Em agosto, a taxa média do rotativo do cartão de crédito subiu 2,6 pontos percentuais em relação a julho, chegando a 274% ao ano. A taxa de juros do cheque especial ficou estável em agosto comparada a julho em 303,2% ao ano. Já a taxa média para pessoas físicas caiu 0,2 ponto percentual para 51,8% ao ano, em agosto.

Para Rocha, os clientes bancários devem pesquisar entre as instituições antes de tomar um empréstimo e optar por modalidades de crédito adequadas à sua necessidade.

“Os preços numa economia são importantes fontes de informação em relação à decisão de consumo, seja de combustíveis e alimentos, em que se pode trocar um bem por outro.

No caso do crédito, o cliente pode fazer isso buscando modalidades que sejam mais favoráveis para suas necessidades, isso inclui tanto taxas, montantes e as instituições que estão no mercado”, disse.

Questionado sobre a baixa competitividade no mercado de crédito, Rocha disse que “esse espaço pode ser mais reduzido do que o ideal, mas não é nulo”.

“As taxas em geral são mais altas do que desejaríamos. Tem uma pauta no Banco Central concentrada na Agenda BC + [medidas para reduzir os custos dos empréstimos, aumentar a educação financeira, modernizar a legislação e tornar o sistema financeiro mais eficiente] que não estão encerradas”, afirmou.

Saldo dos empréstimos

O chefe do Departamento de Estatísticas do BC disse que em agosto foi verificada a continuidade do crescimento do saldo de crédito.

No mês passado, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos ficou em R$ 3,155 trilhões, com aumento de 1% no mês e de 2,1% no ano.

Explicou, também, que a alta do dólar contribuiu com aumento de R$ 10 bilhões no saldo do crédito. Isso aconteceu porque principalmente as empresas têm empréstimos atrelados ao dólar.

“Esse impacto fez com que o crescimento no saldo do crédito fosse maior do que seria se não houvesse a desvalorização [do real frente ao dólar]”, diss. Segundo ele, se fosse desconsiderada essa contribuição da alta do dólar, o crédito teria crescido 0,7% no mês.

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Redação

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