O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) recuou 2,5% de julho para agosto, na série dessazonalizada, fechando o mês em 103,7 pontos. Os dados foram divulgados hoje (28), no Rio de Janeiro, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Ela atribui a queda “às frustrações decorrentes do fraco desempenho da economia, que fizeram com que 72% dos empresários do varejo observassem deterioração significativa do cenário econômico brasileiro nos últimos meses”.
O levantamento mostra que o subíndice que analisa a avaliação das condições da economia encolheu 6,1% na passagem de julho para agosto e, pela primeira vez em mais de dois anos, retrocedeu no comparativo anual, ao cair 2,6% em relação a agosto do ano passado.
Já a expectativa em relação ao desempenho econômico do país, ao fechar agosto em 133,7 pontos, atingiu seu menor patamar dos últimos 12 meses.
“A elevada incerteza do cenário político a menos de um mês e meio do primeiro turno das eleições nos leva a projetar um crescimento menor das vendas no segundo semestre”, justificou o chefe da Divisão Econômica da CNC, Fabio Bentes.
Para ele, “a desvalorização do real, o ritmo fraco do mercado de trabalho, as pressões de custos e o cenário externo mais desfavorável têm levado a economia e o comércio ao mais fraco ritmo de crescimento dos últimos meses”, enfatizou.
Este cenário menos favorável ao consumo e as expectativas menos positivas para o setor levaram o subíndice relativo aos investimentos a acusar a mesma tendência dos demais indicadores do Índice de Confiança do Empresário do Comércio, recuando 0,9% de agosto para julho.
Apesar deste cenário negativo, dentre os componentes relativos aos investimentos, a contratação de funcionários aponta o futuro de forma mais positiva: acima dos 100 pontos, uma vez que mais da metade dos empresários do setor (56,9%) ainda pretende aumentar o quadro de funcionários nos próximos meses.
Com isso, a expectativa da CNC quanto à geração de postos de trabalho no varejo ainda se mantém positiva (+34 mil postos de trabalho em 2018), mesmo ante o menor otimismo diante das previsões traçadas no início do ano.
No ano passado, o comércio varejista já havia registrado seu primeiro saldo positivo de vagas formais, ao fechar o ano com a criação de 30,2 mil postos de trabalho, após acumular corte de 351 empregos formais durante a recessão.
Informações da Agência Brasil
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