O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato, defendeu, hoje (5), a associação da Embraer com a norte-americana Boeing como forma de garantir o acesso da fabricante de aeronaves brasileira a novos mercados e a manutenção de empregos.
Para o militar, o importante é que o Brasil mantenha o pleno acesso a todo conhecimento tecnológico que vier a ser desenvolvido caso a Boeing assuma o controle por meio da eventual joint venture. A joint venture é um acordo entre duas ou mais empresas que estabelece alianças estratégicas por um objetivo comercial comum por tempo determinado.
“Não se vai entregar nossos conhecimentos, nem vamos perder nossa capacidade dentro da Embraer”, disse o comandante ao participar, esta manhã, de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Classificando a presença da Embraer no mercado global de aeronaves como um “Davi concorrendo contra Golias”, o comandante da Aeronáutica afirmou que as conversações entre os representantes das duas empresas ainda não resultaram em “nada de concreto”.
“No Ministério da Defesa, nossa grande preocupação – e que, eu diria, o Brasil como um todo deveria ter – é a preservação de nossa capacidade tecnológica e da nossa soberania nesta área”, disse o brigadeiro, assegurando que o grupo de trabalho criado pelo governo federal para acompanhar o desenrolar das negociações está considerando principalmente a questão da soberania e de acesso ao conhecimento tecnológico.
O governo brasileiro detém poder de vetar a associação da Embraer com qualquer outra empresa por ter a chamada ‘golden share’- a ‘ação de ouro’, mantida pela União após a privatização de uma empresa estatal. Fundada em 1969, em São José dos Campos (SP), a Embraer foi privatizada em 1994.
“É justo que a empresa analise as possibilidades, sem a perda de conhecimentos. Os acordos que podem vir a ser feitos vão levar em conta as vantagens que o país poderá ter na parte econômica, tecnológica, de geração de empregos”, disse Rossato, reforçando que os representantes da Embraer já asseguraram que toda a área da empresa dedicada ao setor militar ficará de fora de um eventual acordo, sendo destinada a uma empresa separada integralmente controlada pela Embraer.
Informações da Agência Brasil
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