O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, disse hoje (7) que existe uma tensão maior no mercado de câmbio no Brasil por causa das eleições deste ano. O dólar comercial superou R$ 3,90 na manhã de hoje. Às 12h20, a moeda americana estava cotada a R$ 3,9076, com alta de 1,8%. Ele afirmou que a alta do dólar está ocorrendo em todo o mundo, mas há especificidades no caso do Brasil.
“Como sabemos, existe uma tendência global de valorização do dólar. E isso afeta a economia brasileira, como afeta outras economias, com maior intensidade as emergentes. Evidentemente tem as especificidades do caso brasileiro. Existe uma tensão maior dada pela transição política, em cenário das eleições. Tudo isso agrega volatilidade e incerteza aos mercados”, disse o ministro após participar de reunião do Comitê Estratégico de Governança do Ministério da Fazenda com o Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília.
Guardia reforçou que a economia brasileira tem fundamentos sólidos, com reservas internacionais “extremamente elevadas” e déficit em conta corrente financiado por investimento direto estrangeiro. “Tudo isso reforça muito a solidez da economia brasileira para enfrentar esse tipo de movimento [de alta do dólar]”, disse, ao ser questionado se está havendo especulação no mercado.
O ministro ressaltou que o Banco Central e o Tesouro Nacional tem monitorado os mercados de câmbio e juros, destacando que o câmbio no país é flutuante e a atuação do BC é no sentido de evitar fortes oscilações. “O Banco Central monitora, e tem atuado mercado de câmbio quando julga oportuno. O Tesouro Nacional também tem olhado o mercado de juros para tentar reduzir a volatilidade neste mercado. Então, estamos atuando conjuntamente, de maneira coordenada”, disse. Ele acrescentou que o Tesouro Nacional tem um colchão de liquidez, o que permite reagir em momentos de maior volatilidade.
“Tanto o Ministério da Fazenda quanto o Banco Central têm acompanhado essa evolução, e o que sempre destacamos: o fundamental é que o país avance no que é efetivamente relevante para reforçar a nossa capacidade de superar esses momentos de maior turbulência. Eu me refiro à continuidade do processo de reformas”, disse. Guardia reforçou que a reforma da Previdência é um tema pendente, que o país “necessariamente tem que enfrentar”.
Questionado se as oscilações no mercado podem levar a aumento da taxa básica de juros, a Selic, Guardia preferiu não se posicionar. “Nunca comento decisões de juros. Isso é competência exclusiva do Banco Central”, disse.
Informações da Agência Brasil
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