Qual a melhor estratégia com o dólar para quem vai viajar? Sobre esse tema o Finance News entrevistou o economista Adam Patterson. Ele é diretor da Legacy Partners M&A e Financial Advisory e tem pós-graduação em Economia pela Universidade de Londres, especialização em Investimentos pelo Instituto Real e MBA em Finanças pela Universidade Federal do Paraná.
Adam Patterson: Sim, vale a pena fazer o preço médio do dólar, principalmente nos dias que o mercado estiver fazendo movimento de realização. O problema é que a estrutura do dólar turismo é diferente da estrutura do comercial e, geralmente, a queda leva mais tempo para refletir nas cotações (ao contrário do que ocorre com as altas).
Infelizmente, quem vai viajar nos próximos dias e não se planejou, não tem muito o que fazer a não ser torcer para que uma queda forte no dólar acabe sendo refletida na taxa comercial antes da viagem acontecer.
Com certeza! Devido aos aspectos operacionais específicos de cada estabelecimento como o tamanho das operações e os valores podem variar como qualquer outra mercadoria que possa oferecer ganho de escala. O que isso significa na prática? Que casas de câmbio que possuem custos operacionais altos certamente precisarão de mais margem e, consequentemente, terão câmbios menos favoráveis ao consumidor final.
Comprar o dólar com o cartão de crédito não é nem mais nem menos arriscado, pois representa uma compra de mercadoria como qualquer outra – a única diferença aqui é que, neste caso específico, o dólar é a mercadoria. Porém, se forem realizadas compras com cartão de credito no exterior, as contas podem sofrer com o risco cambial. Importante também lembrar que, após a mudança na legislação referente ao câmbio, a taxa das operações é fixada no dia da compra e não mais no fechamento da fatura.
Realmente, em termos de macroeconomia, um aumento na taxa de juros americanas pode ter um impacto na taxa de câmbio, ceteris paribus.
No entanto, existem vários outros fatores que podem ser um driver desta movimentação. Como exemplos em potencial temos o “Risco-Brasil”, o cenário político-econômico local e internacional, a balanço comercial e o humor dos mercados capitais. Lembrando que grande parte dos mercados já previam esta movimentação de alta em futuro próximo.
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