O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, disse hoje (30), que o prejuízo no setor da pecuária com a paralisação dos caminhoneiros alcança mais de R$ 3 bilhões. Segundo ele, o número é da Associação Brasileira de Proteína Animal.
“Isso é um crescente porque já haviam sido abatidos ou descartados 64 milhões de aves, entre pintinhos de um dia e ovos que já estavam para eclodir e com a mortandade que está acontecendo nas granjas, já que falta alimentos [para os animais]”, disse o ministro, após participar de uma mesa no Fórum de Investimentos Brasil 2018, na capital paulista. “Eles [representantes de associações do setor] me relataram que os suínos e as aves estão sendo alimentados de forma aquém de suas necessidades”, falou.
Segundo Maggi, os prejuízos, “com certeza”, serão ainda maiores no setor. “Não tenho dúvida de que os prejuízos nesse setor serão na casa dos bilhões e bem para cima”, disse.
Ontem (29), o ministro havia dito que será necessário que o governo ajude os produtores que tiveram muitas perdas com a paralisação dos caminhoneiros. Hoje, ele disse ter conversado com diretores do Banco do Brasil e que serão criados mecanismos para “que esse setor não entre em colapso”. Isso envolverá, segundo ele, não somente os produtores, mas provavelmente também as processadoras e as cooperativas.
“O Banco do Brasil já disse que, todos aqueles que têm dificuldades nesses setores, que têm investimentos em custeio, eles serão prorrogados para a última parcela que ele tem. Por exemplo, se ele tem um financiamento de investimento que vence em 2026 e ele tem um problema este ano, ele pode solicitar agora e pagará essa parcela, com os mesmos juros contratados, em 2027. E o custeio também será feito assim”, falou.
Segundo ele, o governo não pretende e não tem condições de colocar “dinheiro novo nesse processo” de ajuda ao setor. “O que temos que fazer é olhar para dentro do nosso Plano Safra e vários programas e buscar substituir um programa para socorrer outro que é mais emergencial. Temos que dar um jeito de fazer isso”.
O ministro comentou hoje também sobre o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), que teve alta de 0,4% no primeiro trimestre de 2018, na comparação com o último trimestre de 2017. Para o ministro, o resultado foi puxado “como sempre” pelo setor agropecuário.
“No primeiro trimestre é onde pega a nossa colheita de verão. A maior parte da safra brasileira de grãos é colhida neste trimestre. A soja teve uma recuperação de preços por dois motivos: pela defasagem do real perante o dólar e também pela Argentina, onde houve uma queda substancial”, falou ele.
“Mas eu não creio que vamos repetir essa performance no trimestre seguinte porque vai pegar, exatamente, essa barrigada que estamos tendo aqui com essa paralisação dos caminhoneiros”.
Maggi falou também que o ministério irá lançar, em junho a marca Melhor do Agro. “Essa é uma marca onde as pessoas vão colocar os olhos e vão reconhecer como sendo um produto brasileiro. Vários países têm isso e estamos seguindo nessa questão do agro”. Segundo ele, cada produto brasileiro terá um código, um QRCode, onde será possível, inclusive, ter conhecimento sobre toda a cadeia do produto.
Informações da Agência Brasil
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