Ibovespa tenta se segurar em ‘suporte’
Atualizado às 15h01min
O Ibovespa reduziu as perdas em relação ao começo do pregão, mas mesmo assim, no horário acima, caía -1,27% (79 mil 844 pontos) nesta quinta-feira com as ações da Petrobras liderando as perdas.
A decisão da estatal de reduzir o preço do diesel em 10% e congelar por 15 dias o valor do combustível leva as ações preferencias (PETR4) e ordinárias (PETR3) a afundar mais de 13%.
A estatal estima um impacto na redução de receita em cerca de R$ 350 milhões, considerando o decréscimo de 10% no preço do diesel e a expectativa de vendas no período de 15 dias.
Gráfico do Ibovespa
Sob o aspecto gráfico, o Ibovespa tenta se segurar em uma região de suporte (veja gráfico acima). Em fevereiro, o índice deixou um fundo em 79 mil e 600 pontos. Essa região passou a ser o que os analistas gráficos chamam de suporte, região do gráfico onde existe uma probabilidade maior de a queda parar. A faixa de 79 mil e 300 pontos também é suporte.
Gráfico da Petrobras
O gráfico da Petrobras (PETR4) também está em uma região de suporte, afirmam analistas gráficos consultados pela reportagem. O fundo de R$ 20,00 deixado em abril serve como suporte de preço para a queda de hoje. O próximo suporte relevante é em R$ 18,45.
Quatro bancos rebaixam Petrobras
Os ADRs da estatal foram rebaixados por Bank of America, Credit Suisse e Morgan Stanley. Já o Itaú BBA rebaixou as ações da Petrobras para “market perform”.
Eletrobras e BB também no negativo
As ações da Eletrobras (ELET3, ELET6) também têm forte queda no pregão de hoje. Os papéis sofrem com a decisão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de não votar a medida provisória (MP) que trata da privatização das seis distribuidoras de energia da Eletrobras, localizadas no Norte e Nordeste do país, e de diversas mudanças no setor elétrico.
Outra estatal, o Banco do Brasil (BBAS3) também estava entre as maiores baixas do Ibovespa.
Vale em alta
A Vale (VALE3) subia 0,5% nesta quinta com os contratos futuros do minério de ferro voltando a ter alta na China.
Protesto continua
O presidente Michel Temer convocou para uma reunião os ministros Eduardo Guardia (Fazenda), Moreira Franco (Minas e Energia), Valter Casemiro (Transportes, Portos e Aviação), o presidente da Petrobras, Pedro Parente, e o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid.
Com a decisão de ontem da Petrobras, o governo espera conseguir negociar com o movimento dos caminhoneiros, que hoje atinge o quarto dia de greve, paralisando o abastecimento de vários setores no país. Os caminhoneiros se queixam do preço final do diesel.
Porém, líderes dos caminhoneiros disseram ontem que o anúncio da Petrobras, de redução de 10% do preço do diesel por 15 dias, não resolve e que, assim, a paralisação continuará.