Ibovespa perde ‘suporte’ e cai 2,26% nesta quarta

23 de maio de 2018 Por Redação
suporte

Gráfico diário do Ibovespa mostra o suporte perdido

 

Atualizado às 17h22min

O Ibovespa caiu -2,26% nesta quarta-feira. O índice até chegou a reduzir um pouco as perdas logo após a divulgação da Ata do Fed, mas na reta final do pregão os vendedores ganharam força e o índice desabou.

O destaque negativo foram os papéis da Eletrobras (ELET3) que desabaram mais de 11%.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou ontem que a medida provisória (MP) que trata da privatização das seis distribuidoras de energia da Eletrobras, localizadas no Norte e Nordeste do país, e de diversas mudanças no setor elétrico não será votada pelo Congresso.

Além disso, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, admitiu que a empresa pode continuar à frente das seis distribuidoras de energia que administra além do prazo de 31 de julho que havia sido definido em assembleia pelos seus acionistas.

No lado positivo, os papéis da Marfrig (MRFG3) saltaram 7% depois de a companhia anunciar que a venda da Keystone avançou para uma nova fase.

Os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) derreteram 5,8%. A queda aumentou no fim da manhã com a divulgação de um inesperado aumento nos estoques de petróleo dos EUA na última semana.

Gráfico

Sob o ponto de vista gráfico, o Ibovespa perdeu um importante suporte no gráfico diário em 81 mil e 400 pontos. Parou em outro suporte, na região de 80 mil e 800 pontos. Se continuar caindo, analistas gráficos afirmam que a probabilidade maior é encontrar suporte em 79 mil e 700 pontos.

Cautela com emergentes

No radar do mercado pelo mundo esteve a crescente preocupação com a crise cambial na Turquia e em outros países como Argentina. Analistas avaliam que esse tipo de crise pode se espalhar para outras economias como África do Sul, México e Indonésia com o dólar aumentando em âmbito global.

Declaração de Trump preocupa

As preocupações comerciais também ajudaram a aumentar a aversão ao risco nesta quarta-feira . O presidente Donald Trump disse aos repórteres que não estava muito feliz com o progresso das negociações comerciais entre EUA e China.

Ata do Fomc

Integrantes do Fomc, o comitê que decide sobre os juros nos Estados Unidos, na reunião no início de maio, confirmaram que planejam elevar as taxas de juros em junho.

A revelação foi feita na Ata do Fomc, divulgada às 15h, pelo horário de Brasília.

Mas segundo o documento, os integrantes do comitê não estavam preocupados com o fato de estarem atrás da curva da inflação.

Embora a inflação tenha atingido a meta de 2% do Fed na última leitura de março, pela primeira vez em um ano, as autoridades não estavam convencidas de que permaneceriam lá por muito tempo.

“A maioria dos participantes considerou que, se as informações recebidas confirmavam amplamente suas perspectivas econômicas, provavelmente seria apropriado que o FOMC desse mais um passo na remoção da acomodação das políticas”, diz a ata.

Essa avaliação do Federal Reserve trouxe um certo alívio para as Bolsas.

Investidores no mercado futuro de Fundos Federais avaliam que há mais de 90% de chance de um aumento da taxa de junho.

O mercado de ações teme uma possível aceleração da alta dos juros nos EUA porque isso é negativo para a renda variável.

Em maio o Federal Reserve decidiu manter a taxa de juros do país no patamar entre 1,5% e 1,75%.

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