Com a greve dos caminhoneiros, que entrou hoje (28) no oitavo dia, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) estima que o país tenha perdido pelo menos US$ 1 bilhão com exportações que deixaram de ser feitas.
Segundo o presidente da AEB, José Augusto de Castro, cerca de 70% das exportações são commodities (produtos agrícolas ou minerais). Teoricamente, não há queda em termos de vendas, em razão da greve, mas adia-se o prazo de entrega das mercadorias que não estão chegando nos portos para serem embarcadas.
“Estimo nas commodities, com base mensal, 3% de perda, o que representaria entre US$ 500 milhões e US$ 600 milhões”, disse o presidente da AEB, José Augusto de Castro. Nos manufaturados, a perda deverá ser de aproximadamente 5%. “Você deixa de entregar no prazo efetivo e acaba tendo que cancelar a operação. Você teria ali, pelo menos, mais US$ 500 milhões de perda”, acrescentou.
Ele lembrou que 43% das exportações para a Argentina, por exemplo, são levadas por rodovias.
Além da paralisação dos caminhoneiros, Castro afirmou que outros fatores podem afetar também o resultado da balança. No mercado interno, o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB), soma dos bens e serviços produzidos no país é um deles. A expectativa era que o PIB cresceria 3,5%, o que impulsionaria as importações. “Agora, nós estamos falando de um aumento do PIB de 2,3%, 2,4%. São altos e baixos”.
A projeção da AEB para a balança comercial em 2018, feita em dezembro de 2017, é que as exportações somem US$ 218,966 bilhões, alta de 1,1%, enquanto as importações cheguem a US$ 168,625 bilhões, acréscimo de 11,7%. O saldo deve ser negativo de 23,1% em comparação ao resultado no ano passado, alcançando US$ 50,341 bilhões.
No último dia 25, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou que se persistir os impactos – como falta de combustível e alimentos – causados pela greve dos caminhoneiros, pode haver impacto “relevante” no crescimento do PIB. A previsão atual do governo é que a economia cresça 2,5% em 2018.
“Sabemos que a persistência dessa situação pode levar à paralisação de atividades industriais e empresariais. Não tenho um número aqui de cálculo de impacto, porque isso pode afetar diversos setores da economia, como já está afetando. As empresas, sem transporte, não conseguem continuar suas atividades. Se isso persistir, o impacto [na economia] pode ser relevante”, avaliou.
Informações da Agência Brasil
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