Presença de Lula na Superintendência da PF em Curitiba altera rotina da região

8 de abril de 2018 Por Redação

 

Curitiba (PR) - Ex-presidente Lula chega a sede da superintendência da Polícia Federal em Curitiba (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Curitiba (PR) – Ex-presidente Lula chega a sede da superintendência da Polícia Federal em Curitiba (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

 

A presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba alterou a rotina da região. Manifestantes favoráveis ao ex-presidente acampam no local e informam que vão continuar no espaço enquanto Lula estiver preso. Cerca de 1,5 mil pessoas devem se reunir no espaço. Devido à ordem judicial, o acampamento está a uma distância de 500 metros da Superintendência, atrás do bloqueio da Polícia Militar. Com as ruas fechadas, a rotina dos moradores da região foi afetada.

Um morador que não quis se identificar informou que agora tem que deixar no carro um comprovante de residência para passar pelo bloqueio. “Estou andando com uma conta de luz no carro. Tive que sair ontem para cuidar da minha mãe que é idosa e tive dificuldades para voltar”, disse. O morador ainda criticou o planejamento das forças de segurança. “No dia em que o Lula veio prestar depoimento, eles isolaram a área, fizeram bloqueio, cadastraram os moradores e deu tudo certo. Agora que era a prisão do ex-presidente, um evento muito mais complicado, a PM não fez nada disso. Não entendemos o porquê. Acho que deveria ter tido um cuidado similar”, completou.

Ontem (7), o comandante do 20° Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Mário Henrique do Carmo avaliou como positiva a ação policial e descartou falta de planejamento. Afirmou que a corporação se preparou para o evento e agiu de forma correta para evitar conflitos entre os manifestantes contrários e favoráveis ao ex-presidente.

Os manifestantes favoráveis ao ex-presidente começam a montar um acampamento, chamado Lula Livre, próximo ao prédio da carceragem da PF. Segundo Roberto Baggio, da Frente Brasil Popular, os grupos estão se organizando e haverá cozinha improvisada, equipes voluntárias de saúde, ônibus de apoio, colchões e barracas. Sobre possíveis conflitos, Baggio afirma que o objetivo é protestar de maneira pacífica. “Nossa orientação é de que nosso pessoal não aceite provocações. Eles [manifestantes favoráveis à prisão] ficam jogando cerveja, fazendo piadas, não vamos revidar.”

Domingo é tranquilo na Superintendência da PF em Curitiba

O primeiro dia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba amanheceu tranquilo. No início da manhã de hoje (8), uma empresa terceirizada chegou ao local para fornecer o café da manhã dos presos. Segundo agentes da PF, a primeira refeição é café com leite e pão. Lula está em uma sala especial, transformada em sala de Estado-Maior devido à condição de ex-presidente. No local, há cadeira, mesa, cama e banheiro exclusivo. Há ainda uma janela que dá vista para a área interna do prédio.

Neste domingo, as ruas próximas ao local continuam fechadas. A Polícia Militar faz um bloqueio no local em um raio de 500 metros. Lá, cerca de 400 manifestantes favoráveis ao ex-presidente passaram a noite. O clima é de tranquilidade. Por volta das 9h, o grupo cantava e gritava palavras de ordem em defesa de Lula.

Também próximo ao bloqueio, moradores da cidade e curiosos se aproximam para tirar fotos e ver de perto o local onde o ex-presidente começa a cumprir a pena de 12 anos e um mês de prisão imposta pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

Confrontos

No início da madrugada, após a chegada de Lula, houve tumulto entre manifestantes. Oito pessoas ficaram feridas. Três dos oito feridos são crianças, um é policial militar e os demais são manifestantes favoráveis ao ex-presidente.

A senadora e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, conversou com a imprensa e disse que Lula estava tranquilo. Ela explicou que não viu o ex-presidente, mas que fontes da PF informaram que ele estava calmo. A parlamentar também criticou a ação policial durante a chegada do petista, quando foram lançadas bombas de gás lacrimogênio. Segundo ela, as forças policiais precisam se preparar melhor e se planejar para lidar com a situação já que a previsão do grupo é fazer uma vigília enquanto Lula estiver na Superintendência.

Após o ocorrido, a PM informou que as bombas foram lançadas pela PF. Informou também que usou balas de borracha contra o grupo a favor de Lula, porque, segundo a corporação, após a explosão das bombas manifestantes favoráveis começaram a correr em direção ao grupo com ideologia oposta. Mas os manifestantes negaram e criticaram a ação policial.

Informações da Agência Brasil