Não podemos contar com cenário favorável externo perpetuamente, alerta Goldfajn

10 de abril de 2018 Por Redação
Brasília - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, participa do encerramento do 2º Fórum de Cidadania Financeira (Wilson Dias/Agência Brasil)

Brasília – O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn (Wilson Dias/Agência Brasil)

 

O cenário internacional ainda é favorável a economias emergentes como o Brasil, afirmou hoje (10) o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

“Em relação à economia internacional, o cenário externo tem se mostrado ainda favorável, na medida em que a atividade econômica cresce globalmente. Isso tem contribuído até o momento para manter o apetite ao risco em relação a economias emergentes. Apesar de o cenário internacional encontrar-se ainda benigno, não podemos contar com essa situação perpetuamente”, disse.

Goldfajn acrescentou que o Brasil “tem amortecedores robustos e, por isso, está menos vulnerável a choques internos ou externos”.

Ele citou as reservas internacionais, que correspondem a cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB – soma de todos os bens e serviços produzidos no país), e um menor estoque de swaps cambiais, que funcionam como um seguro em momentos turbulentos do mercado de câmbio. “Com isso, o Banco Central dispõe de mais espaço para combater eventuais choques”, assegurou.

Inflação em queda

No ambiente doméstico, Goldfajn destacou a redução da inflação, a queda das taxas de juros e a recuperação da economia. A inflação, acumulada em 12 meses, foi reduzida de 10,7% em 2015 para 2,7% em março deste ano.

“Portanto, uma queda significativa. A inflação projetada para 2018 e para os próximos anos está sob controle, convergindo para as metas. Esse cenário tornou adequado o processo de flexibilização monetária: a taxa de juros Selic recuou [7,75 pontos percentuais] desde outubro de 2016, chegando a 6,50%, um mínimo histórico”, afirmou.

“O Brasil precisa continuar no caminho de ajustes e reformas, em especial, as medidas de ajuste fiscal e a reforma da Previdência, para manter a inflação baixa, a queda da taxa de juros estruturais e a recuperação sustentável da economia”, disse o presidente do Banco Central.

Informações da Agência Brasil